Perdoar... uma libertação carregada de bençãos
Estamos no final do ano e de um ano carregado de desafios e de muito crescimento. Ano que se estenderá astrológicamente até 21 de março de 2021, pelo que ainda dispõe de algum tempo para fazer o seu balanço e definir as suas metas...
Gostaria de deixar aqui neste meu balanço de final de ano umas palavras acerca da importância de se perdoar. De sabermos perdoar para prosseguirmos sem "bagagens" e bloqueios para o próximo ano. No próximo post falarei da importância de sentir gratidão!
Perdoar é uma libertação carregada de bençãos!
Sem perdão a pessoa não consegue prosseguir com a sua vida, pois na sua mente só há espaço para o passado e para o ressentimento. A pessoa que não consegue perdoar fica refém da magoa que sente. Sem perdão não há paz e harmonia interna, logo também não haverá nem paz nem harmonia externa. E por último, sem perdão não há um verdadeiro sentimento de gratidão e de alegria pois você não consegue vibrar verdadeiramente amor e gratidão se estiver com o seu coração pesado.
Costuma-se dizer que quem fica ressentido é como se bebesse do próprio veneno com o qual quer "envenenar" quem lhe magoou!
Vingar-se do outro ou fazê-lo pagar pela ofensa recebida é um comportamento de falta de maturidade emocional que nunca vai trazer a paz e harmonia desejadas nem sequer a sensação de recompensa de justiça feita!
Ser vingativo abre um ciclo de retaliações que reabre e agrava feridas emocionais em si mesmo e nos outros e gera sentimentos negativos de raiva e de ódio, em que nada que faça é capaz de aplacar tais sentimentos.
A melhor vingança é não vingar-se! É usar esse combustível proveniente da vontade de se vingar de alguém no seu próprio sucesso e progresso.
Apenas as pessoas que se consideram detentoras da verdade universal, que pensam dicotomicamente (ou estão comigo ou contra mim), pessoas com falta de empatia ou baixo nível de autoconhecimento refugiam-se sistemáticamente na vingança.
O meu pai gostava de dizer esta frase: "Quem não perdoa não é feliz!". Confesso que só a compreendi verdadeiramente alguns anos mais tarde após a sua morte e com a aprendizagem através de alguns acontecimentos drásticos na minha vida. Quando eu ouvia esta frase do meu pai, eu interpretava que perdoar era passar uma borracha no acontecimento ou fingir que não aconteceu ,e isso, soava-me a hipocrisia... Para mim, na altura, perdoar era interpretado como uma espécie de paz podre... Pois para mim só existia perdão quando havia arrependimento. Sem arrependimento da parte que magoou ou ofendeu, não existia margem para perdoar!
Neste momento, o meu conceito de perdoar adquiriu outros contornos mais abrangentes e não dependem dos outros. Com efeito, é até um processo interno...
Perdoar não é branquear acontecimentos ou fingir que algo não aconteceu. Eu estava errada pensar assim. Perdoar é assumir que algo nos atingiu e causou dano, mas nós não vamos deixar que essa dor defina a nossa vida daí para a frente. Libertamos essa dor e essas memórias com compaixão e criamos espaço nas nossas mentes e coração para outras experiências que sejam positivas.
Também não se pode impor aos outros a obrigação de perdoar, como por vezes acontecia inconscientemente com o meu pai. Precisamos entender que para alguns será mais fácil perdoar que para outros mas é essencial perceber, que o PERDÃO deve ser algo interno- nunca imposto por terceiros! Não é uma obrigação é antes uma libertação!
É feio sentirmos ressentimento e mágoa?! É errado sentirmos revolta por acontecimentos que interpretamos como injustos e pela falta de arrependimento dos outros?! Nos sentimentos e emoções não há certo ou errado. As emoções simplesmente vem ao de cima mediante os estímulos que recebemos. Reprimir emoções faz mal e leva a imensos bloqueios emocionais, por isso não se envergonhe de por vezes sentir emoções menos bonitinhas e consensuais. Elas provéem do seu lado sombra e apenas precisam que derrame sobre elas a CONSCIÊNCIA da LUZ do amor e da compreensão. Sem julgamentos.
Considerações finais:
Há acontecimentos que todos temos de processar... Ao nosso próprio tempo e ritmo. Como muito auto-amor e carinho. Com muita paciência.
Há acontecimentos dos quais temos de extraír ensinamentos e sabedoria para seguirmos em frente. E isso por vezes requer tempo!
Um aspecto muito importante: o perdão nunca deve estar totalmente dependente de terceiros pois isso é abdicarmos do nosso poder pessoal! Nem todos tem a capacidade de reconhecer a sua própria responsabilidade nos acontecimentos. Nem todos se arrependem do que fizeram ou disseram. Mas mesmo assim, podemos saber perdoá-los! Não porque o mereçam, mas porque nós merecemos ter PAZ e seguir em frente com as nossas vidas!
Saiba relativizar os acontecimentos e não se leve a si mesmo ou aos outros demasiado a sério. Todos estamos a fazer o melhor que somos capazes de fazer na nossa própria escala de valores e de evolução. Tenho a certeza que se olhar para trás identificará vários erros que cometeu e que afetaram outras pessoas. Sinta compaixão pelas limitações dos outros e pelas suas pois somos todos aprendizes... e mestres também!
Não alimente vinganças! São um desperdiçar de energia e de tempo de vida (que é tão breve). Invista antes em si mesmo, na sua aprendizagem e conhecimento!
Agora, ficar parado a remoer dentro de nós é que é muito tóxico e não é a solução! Trabalhe a aceitação. Se aprender a aceitar o que não pode ser mudado, terá mais energia para se concentrar em mudar o que pode ser mudado.