A história de Dale - o poder de tornar o sonho realidade
O que leva muitas pessoas a não alcançarem os seus sonhos é o fato de desistirem destes. E é também o fato de não terem flexibilidade suficiente para tornarem os seus sonhos uma realidade.
Já falámos que uma vida não chega para realizar todos os nossos sonhos, porém, aqueles que são sonhos de alma, que lhe dão alegria, autorealização e entusiasmo, esses são para realizar.
Há muitas formas de realizarmos aquilo que sonhamos. Podemos e devemos fazer compromissos numas áreas e avançar noutras. Avaliando riscos e o impacto das nossas decisões na nossa vida e na nossa família.
Não se deixe dominar pelas emoções, na hora de avaliar riscos baseie-se em dados concretos... Muitas vezes deixamo-nos dominar pelo medo, pelas opiniões dos outros e retraímo-nos.
Avalie os pontos fortes e fragilidades do seu projeto e trabalhe para melhorar e precaver-se desses aspectos menos fortes.
Segue agora uma história que ilustra um pouco disto que falamos...
Dale trabalhava como professor de carpintaria de um colégio há quase
trinta anos e, embora gostasse do emprego, já não era tão apaixonado por ele como antes. Sonhava com a flexibilidade, a liberdade e o dinheiro que poderia ganhar se abrisse a própria loja de móveis. Mas quando partilhou a ideia com a esposa, ela revirou os olhos e disse que ele não passava de um sonhador.
Quanto mais pensava nisso, mais Dale acreditava que era provável que
ela estivesse certa. Mas não queria continuar a dar aulas. Em parte, ele tinha-se cansado disso e, em parte, sabia que estava esgotado. Sentia que não era mais tão eficiente a ensinar quanto antes. Não achava que era justo para os estudantes continuar a dar aulas para sempre.
O sonho de abrir o próprio negócio certamente não era sua primeira
grande ideia. Sonhara em morar num barco. E durante outra fase da sua
vida, quis abrir uma pousada no Havaí. Nunca tinha tentado levar essas
ideias adiante porque sempre sentiu que devia concentrar em sustentar a família. Embora os filhos já tivessem crescido e ele e a mulher estivessem financeiramente bem, ele chegou à conclusão de que deveria continuar a trabalhar no colégio até aposentar-se.
Dale empurrava as aulas com a barriga e lutava contra seu humor
oscilante. Sentia-se derrotado e ficou deprimido, algo que nunca tinha
acontecido com ele. Foi então que procurou a terapia, ao sentir que havia algo errado, porque pela primeira vez na sua carreira não gostava mais de exercer o seu trabalho.
Embora Dale tivesse-me contado que concordava com a mulher, que não deveria aventurar-se no sonho de se tornar um empreendedor, estava claro que, no fundo, ainda estava animado com essa possibilidade. O seu rosto iluminava-se à simples menção de abrir o próprio negócio de móveis. A sua linguagem corporal mudava e todo seu humor transformava-se.
Discutimos a sua experiência com riscos no passado. Ele contou que há uns anos tinha investido em imóveis e perdido muito dinheiro. Desde então tinha medo de assumir qualquer risco financeiro. Depois de algumas sessões de terapia, Dale confessou que ainda adoraria abrir o seu negócio, mas que ficava aterrorizado com a ideia de abrir mão de um emprego estável. Ele confiava nos seus talentos como marceneiro, mas não sabia nada sobre empreendedorismo.
Começamos a discutir os passos que poderia dar para aprender algo sobre o assunto. Ele teria prazer em ter aulas sobre negócios na universidade comunitária local, por exemplo. Também disse que ficaria feliz em associar-se a um grupo de relações locais de trabalho e buscaria inclusive um mentor para ajudá-lo a dar o primeiro passo.
Com algumas ideias na cabeça sobre como ainda poderia manter seu sonho vivo, continuou pesando os prós e os contras de abrir o seu negócio. Dentro de poucas semanas, Dale tomou uma decisão – abriria o negócio em part-time. Planeava começar a fazer móveis à noite e aos fins de
semana na sua garagem. Já tinha a maior parte do que precisava para
iniciar seu empreendimento, mas precisaria investir um pouco de dinheiro em novos materiais.
No geral, estava confiante de poder começar com um investimento relativamente pequeno. Inicialmente não teria uma loja – venderia pela internet e com anúncios nos jornais. Se houvesse muito interesse, consideraria abrir uma loja mais para a frente, e talvez pudesse enfim deixar o emprego de professor.
O humor de Dale apresentou uma melhora visível assim que ele começou
a pensar em transformar seu sonho em realidade. Depois de mais algumas
sessões de terapia, parecia continuar bem, enquanto trabalhava em direção à
sua meta. Marcamos outra sessão no mês seguinte, para confirmar se seu humor permanecera estável. Quando voltou, ele contou algo muito interessante:
Não apenas começara o negócio com os móveis como, na verdade, estava
a gostar como nunca das suas aulas de carpintaria. Disse que a perspectiva
de abrir seu próprio negócio pareceu ter inflamado a sua paixão pelo
ensino de novo. Planeava continuar a fazer móveis durante parte do dia,
mas não estava mais convencido a parar de lecionar. Estava feliz por ensinar aos seus alunos as coisas novas que vinha aprendendo com o seu novo
empreendimento.
Amy Morin, in 13 Coisas que Pessoas Mentalmente Fortes Não Fazem