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O Despertar da Mente

O Despertar da Mente

Ter um projeto solidário

EU SOU EU SOU, 03.01.21

ou até ter vários!

Este ano de 2021 vai requerer muita resiliência, paciência e solidaridade.

Creio que o rombo financeiro causado pela pandemia do covid 19 se vai agudizar por todo o mundo. Vai haver crise económica generalizada e instabilidade social.

Importantíssimo, saber agradecer o que se tem e saber também ser solidário com o próximo. Com quem não tem.

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Ainda não me parece que será este ano que vou conseguir abraçar um projecto social com o meu voluntariado, porque continuo a não conseguir ter a disponibilidade de tempo que isso requer...

Então coloquei-me a pensar: como poderei ser mais solidária com as outras pessoas?

Em 2020, além de ter doado roupas e sapatos que já não necessitávamos, em diversas ocasiões, também passei a recolher lixo na praias nas minhas caminhadas. Em março criei este este espaço de partilha e de reflexão para pessoas que estão interessadas na sua evolução como seres humanos e em serem mais ao invés de terem mais. E posteriormente, aprendi reflexologia para prestar apoio e bem-estar a dois elementos idosos da minha família (com o inverno tive de parar pois tem estado um frio tremendo e estar de pé ao léu não é fácil!). A solidariedade começa na família onde nos inserimos e estende-se.

Em 2021 estou a pensar manter as anteriores iniciativas e doar um montante mensal para apoio a causas ou dar a algumas pessoas directamente.

Isto ocorreu-me hoje quando entrei num supermercado e fui abordada por uma mulher com um bébé a pedir esmola. A minha primeira reação foi pensar: "Nos supermercados aparecem sempre pessoas a pedirem e a viverem de mendicidade ao invés de irem trabalhar." Mas depois quando fui pagar na caixa vi que levava duas caixas de comida para os meus cães e duas escovas de cabelo... Senti muita vergonha... Eu podia comprar bens que não eram de primeira necessidade. Eu estava numa posição em que podia ajudar alguém... Por isso, eu ajudei aquela mulher com uma pequena doação de dinheiro (podia também ter comprado algo para o bébé mas não quiz voltar a entrar no supermercado)!

Não sei se esse dinheiro será bem usado. Se será para ela, ou se irá financiar alguma rede, ou algum vício... Mas a alegria e a gratidão que vi no seu olhar encheu o meu coração! O que ela fará com o dinheiro que lhe dei, e que outras pessoas lhe deram será da responsabilidade dela.

Nem de propósito logo a seguir vi um post no facebook de uma das minhas amigas do biscuit (faço biscuit desde 2008 e tenho muitas pessoas de várias nacionalidades que partilham comigo esta paixão!). Ela conta que uma vez comentou num workshop que estava farta de correntes que as pessoas enviam por mensagem, e em especial havia uma que sugeria colocar 4 reais em cinco envelopes e colocar anónimamente na caixa de correio. Então uma das participantes nesse workshop contou que num momento em que passava graves dificuldades, um dia alguém deixou 4 reais na sua caixa de correio. Com esse dinheiro ela comprou massinha biscuit, fez peças que vendeu e encontrou uma vocação e uma fonte de rendimento. Ela conta que depois daquele relato, teve de rever a sua opinião acerca de doar dinheiro.

Confesso-vos uma coisa, este tipo de generosidade anónima, na qual não se espera nada em troca e se dá gratuitamente, é a minha preferida. Não tem interesses por detrás. É muito pura e virtuosa! 

Muitas pessoas fazem o chamado "bem" com interesses em contrapartidas (dinheiro, heranças, obterem admiração social, redenção divina para os seus defeitos e pecados e outras razões). Não é uma verdadeira doação pois tem subjacente algum tipo de interesse... É tipo um toma lá, dá cá!

As pessoas mais caridosas e virtuosas que conheci, são pessoas extremamente gratas pela vida que tem, e por tudo o que tem nas suas vidas. Praticam boas ações porque não sabiam fazer de modo diferente dos seus valores. Nada esperam. Nem de quem auxiliam, nem de Deus, nem de ninguém... A mera satisfação de sentirem que fizeram o que sentíam no coração lhes basta.

Gostaria de vos lançar um repto para este ano que agora principia no calendário, reflictam como poderão ser mais solidários. Será que não existe nenhuma forma de serem mais participativos na vossa comunidade e na vossa família?

 

 

 

 

Gratidão... o poder de manifestarmos tudo na nossa vida!

EU SOU EU SOU, 30.12.20

 

A gratidão como um portal da prosperidade sem fim

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Não é por acaso que pobreza gera mais pobreza. Quando se nasce num meio com poucos recursos é fácil pensar que os recursos do mundo são escassos. Que para eu ter algo, alguém terá de ficar sem. Que para eu ganhar alguém terá de perder. Que ninguém dá nada a ninguém sem esperar algo em troca. Que não existe uma forma fácil de se ser bem sucedido na vida que não implique o crime e a marginalidade.

Os recursos do mundo são uma coisa. A sua distribuição  são outra coisa.

Há recursos no mundo para erradicar toda a fome e miséria. E isso não acontece porquê? 

Porque para uns terem muitissimo outros ficam sem nada! Logo o problema reside na sua distribuição.

Há séculos que se debate qual é o modelo económico mais justo. Não pretendendo entrar aqui em discussões políticas apenas afirmo que todos falharam e todos são suceptíveis de críticas. 

A ver vamos se toda esta crise causada pelo corona vírus nos trará um novo modelo de desenvolvimento, ou se apenas antigos modelos com novas "vestes". Estamos de facto numa era onde se avizinham grandes mudanças e transformações. Sejamos serenos e esperançosos. O desespero não nos vai ajudar, seguramente...

Hoje que  nos aproximamos da viragem do ano venho apenas falar-vos ... de gratidão como motor para ter uma vida mais próspera! A gratidão é um iman para a prosperidade (saúde, amor, negócios).

Quanto mais grato você for, mais motivos terá para agradecer.

Quanto mais se queixar, se sentir descontente, impotente, insignificante... mais motivos terá para se sentir queixoso e descontente.

A gratidão conecta-nos com sentimentos de elevada vibração. Leva-nos a olhar para as nossas vidas imperfeitas e encontrar nelas motivos para nos sentirmos abençoados... todos os dias!

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Já assistiu certamente a entrevistas a pessoas de sucesso. Reparou como elas tem em comum o fato de serem extremamente gratas pelas vidas que conquistaram? Pois é... a gratidão traz positivismo, dá motivação e energia e abundância...

Se você vive num país ocidental, Austrália e Nova Zelândia e é branco (as pessoas de cor enfrentam ao longo das suas vidas discriminações e desafios que desconhecerá e deverá de respeitar), e independente dos desafios que já teve ao longo da sua vida, você é comparativamente à generalidade do mundo um sortudo!

Se tem casa, carro, dinheiro na carteira e no banco, um emprego, uma família, comida no figorifico... Você toma tudo isto como certo e pensa que o resto do mundo vive assim! Só que não!  São 78% da população mundial que não vive assim e não tem tudo isso!

Por isso, sinta-se sortudo! Sinta que a vida o abençoou! Pois de facto o abençoou!

Independente  destes factos, que todos classificamos como circunstânciais, você também desempenha um papel na sua própria vida. Você tem algo a que se chama de livre-arbitrio. É nessa parte que você pode agir e interferir no seu próprio destino.

Aquela decisão que tomou há anos, a pessoa que escolheu ter a seu lado, a forma como se relaciona consigo e com os outros, a profissão que resolveu exercer... Vai afectar a vida que tem hoje e amanhã também!

É impossível ser-se verdadeiramente grato e ser-se queixoso! Decida!

Eu tenho uma prática diária de gratidão. Todos os dias de manhã ao acordar eu escrevo três motivos pelos quais me sinto grata e repito o processo à noite com mais três motivos pelos quais me sinto agradecida. Desde que mantenho este hábito de agradecimento noto que vou trabalhar mais otimista e com energia ao longo do dia e tenho menos contratempos também.

Experimente outro exercício que aprendi com pessoas próximas às teorias da lei da atração: agradecer por coisas que ainda não tenho mas que gostaria imenso de ter na minha  vida...

Agradeça como se já tivesse isso presente com muita gratidão e entusiásmo! Imagine como se vai sentir. Com quem irá partilhar essa conquista... E solteeeeee!

Surpreenda-se por verificar que essas metas se aproximam mais e mais de si!

Por último, umas palavras de gratidão a todos os que visitam este cantinho de reflexão e de desenvolvimento pessoal, desde março de 2020, e que com as vossas partilhas e comentários me incentivam continuar a partilhar sugestões de leitura, artigos de reflexão, informações... E que eu humildemente gostaria imenso que vos podessem auxiliar na vossa própria jornada de crescimento e evolução.

Todos podemos ser melhores, há sempre espaço para melhorar. Não porque algo está errado connosco ou estamos partidos mas porque ninguém será uma obra acabada e  todos podemos alcançar um bem-estar e um grau de vivência muito mais gratificante.

A melhor forma de mudarmos a realidade em que vivemos é mesmo começarmos por nos mudarmos a nós mesmos. Por isso, se neste final de ano se sente preparado para de uma forma séria, focada e autodisciplinada em seguir por este caminho... Seja muito bem-vindo!

Espero continuar a contar com as vossas visitas e estou recetiva aos vossos comentários e críticas construtivas.

As minhas últimas palavras de agradecimento vão para mim: euzinha Sónia! Eu que nem sempre me tratei bem... Com efeito, ao longo da minha vida fui muito aquela pessoa que tentava agradar aos outros e esqueci-me imenso de mim, das minhas próprias necessidades, dos meus sonhos e metas e dos meus limites. Sinto que a evolução de 2018 para cá foi tremenda e continuo tão determinada e focada como no início! Eu sei que vale apena! Que eu valho apena! Que sou digna de ser amada, de ser respeitada em todas as esferas da minha vida, que tenho muitos talentos os quais penso ir desenvolvendo. Sei que tenho valor próprio e já não preciso que ninguém me diga isso! Mas se quizerem dizer-me isso, eu aceito!

Sou uma eterna aprendiz da vida, aberta e recetiva! Aprender a soltar e a confiar no fluxo é o meu desafio no próximo ano...

Nunca é tarde para evoluir e eu com 48 anos sou a prova disso mesmo!

Para 2021 tenho algumas metas e objetivos, mas todos eles convergem nisto: aprofundar o amor por mim própria, por este planeta maravilhoso onde vivemos e por esta humanidade que ainda tem tanto mas tanto para crescer rumo a um futuro com maior equilibrio e desenvolvimento sustentado.

Parafraseando alguém que muito admiro do mundo da internet:

Eu acredito em mim. Acredito em você, mas acima de tudo eu acredito em NÓS!

Que a LUZ divina e universal nos proteja e guie. E faz isso mesmo!

Bom ano! Boa vida! Bons fins e melhores recomeços! 

 

 

 

 

 

 

Evite sentir que o mundo deve-lhe alguma coisa

EU SOU EU SOU, 06.07.20

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 Muitas pessoas chegam à vida adulta com a ideia que a vida lhes deve mais do que aquilo que conseguem obter.

A cada contrariedade exasperam-se e vitimizam-se. Cobram da vida. Cobram das pessoas que os rodeiam. São descontentes. Julgam as outras pessoas apenas para mascararem a sua própria dor. Resistem a aprender com as lições da vida. Teimam com o que deviam aceitar e aceitam o que deviam de mudar. Comparam-se aos outros. Sentem inveja.

São incapazes de entender que tudo o que se manifestou na sua vida foi da sua autoria, através das decisões, hábitos e comportamentos que manifestaram ao longo da vida.

Esperam que a vida, os outros lhes dêem o que querem ou necessitam ao invés de buscarem eles próprios aquilo que querem. Tem desculpas para tudo! São pessoas tóxicas.

Se calhar você acabou de rever nestas palavras alguém que você conhece... Se calhar, você mesmo!

A vida não castiga nem premeia ninguém. A vida é imprevisível numa parte e é noutra parte é dependente de si: daquilo que pensa, sente e faz.

Há pessoas com histórias de vida dolorosas e com grandes desafios que se transcenderam, construiram vidas bem sucedidas e são um exemplo a seguir, e há outras nascidas em berços de ouro, rodeadas de grande abundância e segurança, e com percursos auto-destrutivos... Logo, não são somente as circunstâncias que determinam quem a pessoa é,  há também a intervenção do livre-arbitrio e da força mental no tipo de vida que cada um define para si mesmo.

Na vida você recebe na mesma proporção do que dá, pelo que o seu esforço e trabalho deverá ser constante e diário. Devemos aceitar que para alcançar muito do que desejamos, temos por vezes de passar por muita solidão, enfrentar desafios e fazer o nosso crescimento no meio de alguma dor, erros e deceções.

Apenas tente ser uma boa pessoa, e as pessoas vão querer estar perto de si. O inverso também é verdadeiro.

 Tudo o que você quer da vida tem um preço

Todos pagamos um preço se quisermos melhorar a nossa vida, e pagamos um preço se a deixarmos como está.

A vida não lhe deve nada. Ninguém vive por si... Dá um aperto enorme no coração descobrir uma verdade assim, não acha? Apesar disso, nada pode afastar o sentimento de gratidão que uma pessoa pode e deve sentir por outra. Então, sinta-se orgulhoso pelo amor, pelo respeito e por todas as suas conquistas, mas sempre com a consciência de que, se descuidar, pode facilmente perder tudo. Nunca se esqueça que nada é seu por direito e tudo deve ser merecido.

Também não é possível ter tudo. Para ter umas coisas terá de abrir mão de outras.

Em resumo, meu amigo, minha amiga, se entender que ninguém lhe deve nada poupa-se de inúmeros dissabores e frustrações e evitará desperdício de energia e muitas lágrimas. A nossa passagem pela terra é efémera, e sairemos daqui da mesma forma que entramos: de mãos vazias. Na nossa breve passagem, temos o potencial de conquistar tudo se fizermos a nossa parte, e pode acreditar: fica muito mais fácil quando compreendemos que ninguém nos deve nada.

Em vez de pensar no quanto os outros lhe devem, pense no quanto você deve aos outros... Aos seus pais que o criaram, aos seus professores e mentores que o formaram, aos seus amigos que o escutaram e apoiaram... Seja grato!

 

Ser grato num contexto de insegurança...

EU SOU EU SOU, 21.04.20

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Nos tempos mais recentes da história da humanidade nunca se falou tanto globalmente de insegurança como no presente contexto covid 19. No entanto, em verdade sempre vivemos na insegurança e esta situação da pandemia apenas nos veio evidenciar isso.

O ser humano sempre quiz saber qual o sentido da sua existência e tal preocupação decorre do fato de ser o único ser na terra com a consciência da sua própria mortalidade. Foi na sequência desta insegurança que surgiu a teologia para tentar criar consolo, segurança e conforto - através de uma certa noção de Deus como um pai que vai cuidar de si e vai decidir tudo. Foi também nesta sequência que surgiu a ciência para fornecer ao homem a noção pragmática de que lhe fornecerá todas as respostas e desmistificará tudo. Logo você não precisa de se preocupar pois a ciência vai descobrir todos os mistérios. A própria filosofia também se propôs desmistificar a existência...

Só que "nenhum esforço do homem pode desmistificar a existência (...) Da mais pequena pedra na praia a todo o universo, tudo é tão misterioso que não há possibilidade de o conhecer." - Osho-  "Inocência, conhecimento e deslumbramento".

É preciso coragem para aceitar a insegurança e para a festejar.

Dizemos que a história se repete, e isso é verdade porque a generalidade das pessoas vive robóticamente e rotineiramente. Se aceitarmos a insegurança da vida e também o facto de não termos o conhecimento de tudo, estaremos mais próximos de uma existência mais iluminada.

A insegurança da vida é o que faz com que cada dia seja diferente, mesmo com as nossas rotinas estabelecidas... Isso é o sal e o açucar da vida. Já viu como seria a sua vida se todos os dias fossem exactamente iguais? Seguros e repetidos incessantemente? Mais ou menos o que estamos a vivenciar com o confinamento e isolamento social... Falta qualquer coisa...

Há vários filmes que retrataram esta possibilidade da repetição dos dias, e há um em particular que venho aqui comentar : O Feitiço do Tempo, da Columbia Pictures, com Bill Murray e Andy MacDowell. Este é o seu enredo:

Nevou durante uma viagem a Punxsutawney, Pensilvânia, para cobrir as festividades do Dia da Marmota. O  metereologista Phil Connors (Bill Murray) vê-se preso no tempo, repetindo intermináveis vezes o dia 2 de fevereiro. O seu mundo é habitado pelas mesmas pessoas todos os dias, mas eles não sabem que o dia está  a  repetir-se. Isso dá-lhe uma certa vantagem. Ele pode descobrir o que uma mulher procura num homem, e então no "próximo" dia comportar -se exatamente do jeito certo para impressioná-la. Felizmente, há uma mulher por perto para praticar. Ela é Rita (Andy MacDowell), produtora de Phil, que tem de aguentar  os seus ataques, exigências e mau humor. Pouco a pouco Phil consegue ver os seus erros e melhorar o seu comportamento até que, finalmente, o Dia da Marmota amanhece quando ela realmente gosta dele

Este filme é mesmo interessante e divertido pois evidência bem como seria mónotono reviver conscientemente o mesmo dia incessantemente. Para os restantes personagens que não tem essa consciência não existe esse sentimento de monotonia, mas para a personagem principal não é assim. E o que o que causa a repetição incessante do mesmo dia? O fato do protagonista cometer diversos erros que impedem que a protagonista se interesse amorosamente por ele. Erros do EGO, lá está. Só quando ele abandona o seu carácter egóico e apaixona-se verdadeiramente por ela e é correspondido, o dia deixa de se repetir!

Assim é com cada um de nós! Repetimos incessantemente o mesmo tipo de erro, e quando aprendemos a lição subjacente, surge outro desafio ou aspecto da vida a requerer a nossa atenção! E assim avançamos, passo a passo, pedra entre pedra...

Reportando-nos ao contexto atual, creio estar certa quando digo que ninguém no seu pleno juízo quererá esta doença - neste caso pela forma de um vírus. Isto não é fantástico!

Porém, esta pandemia veio dar-nos uma possibilidade de reflectir acerca destas questões e de nos fazer redefinir prioridades e pode ensinar-nos, se tivermos abertura para tal, a valorizar tanta coisa que antes não davamos grande valor...

Como hoje comentava com uma amiga, é absurdo viver em pânico e totalmente subjugado pelos acontecimentos. Mas também é igualmente negativo, ser um inconsequente e não medir os perigos. Entre estes dois extremos deve existir um meio termo...

Tenha presente isto: a insegurança é um fato da vida, exista ou não pandemia. Assim, aprenda a desfrutar mais da vida, aprenda a reflectir e a pensar pela sua própria cabeça e não vá na onda das massas.

"É uma grande benção que a vida seja insegura, que o amor seja inseguro e que estejamos fundamentalmente num estado de desconhecimento. Nós podemos ser como crianças  - Apanhar borboletas, conchas na praia ou pedrinhas coloridas como se fossem diamantes e desfrutar tudo isso". Osho - "Inocência, conhecimento e deslumbramento".

 

 

 

 

 

 

 

A gratidão é o estado de recebimento

EU SOU EU SOU, 20.04.20

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Nesta pandemia é inevitável pensarmos naquilo que perdemos... A liberdade e facilidade de nos reunirmos com familiares e amigos, a demonstração de afectos (abraços e beijinhos), a sensação de segurança (embora ilusória), a participação em eventos, viajar, ir à praia ou fazer caminhadas sem ser controlado e sem preocupação, ir ao supermercado ou a qualquer lugar despreocupadamente... E tantas coisas mais!  E depois há aquelas estatísticas diárias de mortos e de infectados que muito contribuem para a nossa ansiedade.

Pois é, pensar nestas coisas não nos deixa num bom estado de espírito... É até um bocado deprimente. Não é edificante, pois drena-nos a energia e a vontade de agir. Este é um estado de falta de recursos.

Assim, desde ontem que tenho procurado reflectir acerca do que posso retirar de positivo desta situação, quer em termos individuais como colectivos...

Haverá mesmo alguma coisa positiva para registar?

E dentro de mim surgiu a resposta de que sim, existe!

Em termos individuais quero realçar:

- Uma vida mais tranquila (por não ter tanto stress com deslocações diárias e estacionamento para ir trabalhar) e  por ter uma menor interação com outras pessoas (fonte de drenagem de muita energia) - eu trabalho com o público;

- Ter mais tempo para mim: para reflectir, para desenvolver interesses pessoais, ler, ver filmes, assistir a formações on-line, conversar com a família directa, contactar amigos (redes sociais, telefone) e estar mais atenta às suas necessidades e procurar ajudar.

- Ter mais tempo para a família - e se no início houve alguns conflitos e divergências, agora atingimos uma maior maturidade e entendimento relacional;

- Ter mais tempo para os nossos dois pets (grandes beneficiários do confinamento e do isolamento social)! Tornaram-se dois anjinhos, tendo abandonado as traquinices do passado, nomeadamente os buracos no relvado;

- Uma gestão mais racional de recursos (dinheiro e compras) tendo em mente que esta situação vai ser prolongada e que devemos ser mais responsáveis e prudentes... Se calhar o covid 19 foi o empurrão necessário para se reduzir o consumismo desta família;

- Uma revisão de prioridades, de metas e de objectivos de todos os elementos da nossa família, ajustáveis a esta nova realidade;

- A confirmação de que muitas mudanças internas que iniciei há uns anos me deram ferramentas para enfrentar a presente situação com maior resiliência e tranquilidade.

Portanto, uma série de motivos para sentir gratidão, no meu caso pessoal... A estes motivos acrescentaria também o facto de ter saúde e estar viva e os meus familiares e amigos também... e de ter as minhas necessidades principais asseguradas.

E você, se estiver a ler este post, também poderá rever-se em alguns destes motivos... Ou pode encontrar outros! Pois se tem internet, significa que terá luz, uma casa onde viver, água potável, alimentos, dinheiro para pagar essas despesas... Há quem não tenha... Apenas grande parte da humanidade - e não tem nada a ver com esta pandemia! Este problema mundial existe há séculos!

Algumas pessoas que eu conheço contaram-me não sentir grande diferença nas suas vidas com a presente situação. Uns porque já trabalhavam em teletrabalho, outros tinham um trabalho com horário flexível, e outros ainda estavam em casa reformados ou inactivos. Para estes só a questão da higenização e do distânciamento social, se alterou.

Pelo que observo, aumentou imenso o medo colectivo e a incerteza pelo futuro. Isso é doloroso. E se isso não contribuir para uma mudança da consciência da maioria das pessoas, então mais acontecimentos desafiantes ocorrerão futuramente (na esfera individual e colectiva), pois estamos numa época de mudança de paradigma existencial.

Não, isto não vai voltar a ser igual!

Se mantivermos a capacidade de agradecermos diáriamente por tudo aquilo que a vida nos presenteia, e  que antes julgávamos garantido, criaremos contexto para recebermos muitas mais bençãos.

Se optarmos por nos refugiarmos no medo e no desespero, na impaciência, no julgamento dos outros, na irracionalidade e na inconsciência continuaremos a co criar mais do mesmo.

É impossível ser-se grato e ao mesmo tempo estar sempre a reclamar da vida. Ou se é grato, ou se reclama. Recebemos na mesma proporção em que sabemos agradecer ou se vivemos descontentes com tudo e todos.

Eu sei que realidade quero na minha vida! E você, já decidiu qual vai ser?

 

 

 

 

A minha dor de barriga...

EU SOU EU SOU, 10.04.20

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O EGO é uma  parte da mente do ser humano que alimenta pensamentos e emoções de interesse próprio,  e nos leva a agir a favor daquilo que nos agrada e contra o que nos desagrada . Ele reune as nossas várias experiências de vida e oferece-nos um caminho a seguir.

O ponto positivo do EGO é que ele faz tudo para nos manter vivos e reune uma série de ferramentas e estratégias para resolvermos os problemas que aparecem na vida.

O ponto negativo do EGO é que ele acha sempre que nós é que temos sempre razão. Ele gosta de ter razão e de nos impelir a agir como pensamos, quer estejamos certos ou errados em relação a uma determinação situação ou contexto. Faz-nos entrar em piloto automático e a reagir reativamente ao que acontece.

Assim, o EGO tem dificuldades em ter abertura a outras perspectivas e leva-nos a repetições... Lembre-se de uma frase muito divulgada: "Mesmas reações mesmos resultados. Se quer resultados diferentes tem de procurar estratégias diferentes"...

Como não o podemos eliminar, e até necessitamos do EGO para o nosso próprio crescimento pessoal, apenas o podemos controlar através do desenvolvimento da nossa capacidade de autoavaliação. Perceba pois, que esses pensamentos ruminantes gerados pelo EGO o conduzem para o passado (depressão) ou para o futuro (ansiedade), tirando-lhe a capacidade de se focar no momento presente.

Se não se esforçar por controlar o seu pensamento, acaba por ficar escravo dele. E se você não sabe para onde vai, qualquer caminho serve...

Vou usar aqui uma metáfora: imaginemos que "viver a vida" fosse conduzir um carro. Se você fosse no banco de trás (completamente ao acaso), ao invés de ir no lugar do condutor, viveria completamente escravo desse acaso. Assim, se pretende estar no comando da sua vida, procure controlar o seu EGO, seja aberto a perspectivas diferentes da sua (pode ter acesso a perspectivas diferentes lendo, frequentando cursos, falando com pessoas que admire (mentores)), pratique a meditação, as afirmações positivas, e registe os seus pensamentos negativos mais recorrentes.

O nosso EGO leva-nos a pensar que a "nossa dor de barriga" é sempre maior que a do outro. Torna-nos egoístas e insensíveis aos outros, por isso tome muita atenção ao seu diálogo interno.

Sempre que ficar obsecado com certos pensamentos de raiva, revolta, vontade de atacar, sentimento de vitimização, irritabilidade... Você está com o seu EGO exarcebado! Isso é muito prejudicial para si porque estará conectado com energias de baixa vibração que prejudicam imenso a saúde física e mental e levam-nos a atitudes precipitadas.  Neste estado, raramente tomamos as melhores decisões... Raramente temos o discernimento para racionalizar os acontecimentos. Podemos cometer erros irreparáveis como discussões sem sentido com pessoas que amamos, agressividade verbal ou física, decisões precipitadas...

Não se iluda, uma coisa é promover a autoestima e o amor próprio, e outra é promover o EGO. Se promover o seu próprio EGO é o mesmo que achar que deve ter orgulho nos seus defeitos, e se o fizer, como é que acha que pode evoluir e expandir-se como ser humano, e construir a vida que sempre sonhou?

Vai estar sempre a repetir o mesmo de sempre... E haja paciência para nos aturarem quando entramos neste estado egóico! É como lidar com uma criança mimada!

Lembre-se: mesmo pensamento, mesmo sentimento e mesma ação, mesmo resultado!

Simples quanto isto!

Não basta compreender esta questão do EGO intelectualmente. Nós só compreendemos verdadeiramente algo quando "sentimos" que isso é verdadeiro para nós e passamos a praticar. Isto é quando nos cai a "ficha". Até lá, e por muito que leia e tenha vontade de mudar, nada muda se você não mudar intrinsecamente.

É você que tem de mudar. Ter mais humildade e atenção ao que se passa dentro de si. Não há atalhos, nem soluções mágicas, nem são os outros que o vão "resolver".

Também não são as circunstâncias... Afinal, se estiver mínimamente atento, verá pessoas em circunstâncias muito mais dificeis que você, e que são mais agradecidas e felizes com o que tem, do que você é...

O EGO adora fazer de nós umas vítimas. Vítimas dos outros, das circunstâncias... "Porquê que isto me acontece sempre?!!!" Nesse estado de tristeza e amargura, sentimo-nos impotentes e sem recursos.

E existe sempre uma alternativa, uma solução criativa... Mas só vamos aceder a ela se aceitarmos o que nos sucedeu. Assim, ao invés de analisarmos o que nos aconteceu, como e com quem, devemos analisar o como sair dessa situação. Na vida é tão importante saber aceitar o que nos acontece como ter a inteligência e a criatividade de buscar alternativas para os nossos problemas, de uma forma assertiva e respeitadora de nós próprios e dos outros...

Saber aceitar o que nos acontece não significa compatuar com ofensas e injustiças à nossa integridade. Significa conseguir estar acima do acontecimento, preservar a nossa estabilidade emocional.

Afinal, somos todos UM!