Confiar no fluxo - parte 3
Você acredita na vida e no destino?
Ninguém ensinou-nos a confiar no fluxo. Muito pelo contrário... A maioria de nós tem imenso medo/terror, sente-se ansiedade pelo futuro...
Primeiro, temos a nossa própria vivência na terra, presenciamos directa ou indirectamente injustiças, fome, guerras, violações e uma série de acontecimentos que ceifam a vida de tantos inocentes. Estes tristes eventos além de gerarem medo e tristeza, fazem-nos sentir sem poder, como se fossemos um mero joguete no xadrez da vida.
Não esqueçamos que estamos aqui no plano da dualidade - para valorizarmos o bom temos de ser confrontados com o que é mau. Não nos soa bem, mas esta é uma realidade que só temos de aceitar a bem da nossa sanidade. É uma lei universal.
Segundo, temos a explicação religiosa que apesar de reconfortante, deixa muitas perguntas por responder. A religião diz-nos que os bons serão premiados e os maus castigados e fornece ainda uma série de normas de conduta moral. Porém, na vida real muitos inocentes morrem e pessoas com má conduta tem uma vida longa e próspera. Além disso, será que você vai ser considerado de bom ou de mau pela divindidade? Afinal, todos temos essa dualidade em nós, uma vez que ninguém é 100% bom e ninguém é 100% mau.
Em terceiro lugar, temos a ciência. Esta diz-nos que tudo se resume à genética: a origem das doenças, a capacidade intelectual e o aspecto físico das pessoas. Se tudo está pré-determinado à nascença pela nossa componente genética... o que adianta então esforçar-mo-nos trabalhando ou estudando?
A ciência também postula que é a lei do mais forte que prevalece. E isto está na base da competição exarcebada que vivenciamos atualmente na sociedade a todos os níveis, e em especial, no mercado de trabalho. Então segundo este pensamento se você nascer pré-determinado por uma "má genética" ficará sempre no grupo dos desfavorecidos. E se assim é, como justificar que Steve Hawkins, um deficiente motor grave, tenha tido uma carreira académica tão brilhante? Ou que James R. Doty (livro - Dentro da Loja Mágica), nascido numa família muito pobre económicamente, emocional e afectivamente se tenha tornado num brilhante e milionário neurocirugião e empresário?
Concluo que a ciência sem a moralidade, também não nos ajuda na nossa jornada na terra, pois não passa de um conjunto de postulados revisados constantemente. Não passa de avanços tecnológicos que se sucedem sem grande reflexão quanto ao impacto que terão no planeta e na saúde e na vida de todos os seres.
Desde os avanços de Darwin que emergiu na humanidade uma outra adoração cega - a da Ciência - a qual se focou exclusivamente em tudo o que é manifestação física e deu origem à dicotomia/separação corpo e mente. Foram necessários quase dois séculos de muitos avanços científicos para se chegar à conclusão óbvia de que mente, corpo e espírito são unos. Que existe uma relação entre o que pensamos e as doenças que desenvolvemos. E também , que a matéria é composta de células que por sua vez são compostas de átomos, que são compostos nas particulas mais diminutas- que são o vazio (a não matéria).
Assim se conclui que também temos espaço vazio em nós... O que se passará nessa energia "vazia" em nós?
Em quarto lugar, temos a espiritualidade.
Já falámos antes do incognoscível. Aquela parte que nós não conseguimos conhecer. E lá porque a não conhecemos não quer dizer que não exista!
Podemos ter vislumbres estéticos do incognoscível ( num poema, numa obra de arte, na dança, na contemplação da natureza...) e pela meditação, pela afirmação e visualização podemos entrar em contacto com Ele, disfrutar e aproveitar para o nosso próprio enriquecimento pessoal, sem que ocorra qualquer apreensão lógica ou racional.
Confiar no fluxo é carregar dentro de si a esperança (evitar confundir com expectativa). É visualizar um futuro para si e para os outros em união, paz e amor.
É ver que a separação entre todos nós é uma enorme ilusão. Que somos todos Um. Que a humanidade é como um colar de pérolas, todos ligados por um fio invisível - o sopro da vida, o incogniscivel... Deus, o Criador Divino, a Energia Vital, o grande arquitecto, seja lá o nome que lhe quiserem dar.
Único. Indivisível. Omnipotente. Omnipresente. A Luz mais pura.
Está em tudo o que vemos e também no que não vemos.
E está em mim e em si. Em TUDO.