Uma história real de vida...
A 8 de Outubro de 1926, em Los Angeles, Califórnia, EUA, nasceu uma menina como tantas outras.
Quando tinha apenas 18 meses os pais desta menina divorciaram-se e a mãe vendo-se sózinha teve de ir trabalhar deixando-a aos cuidados de uma família. Reza a história que a menina não parou de chorar durante 3 semanas obrigando a mãe a deixar o emprego como doméstica interna, para cuidar dela.
Uns tempos depois a sua mãe casou novamente sem que ela nunca soubesse se fora por amor ou apenas para assegurar um suporte financeiro. Infelizmente, não foi uma união muito feliz pois o padrasto provinha de uma família alemã muito austera e brutal. A mãe dela voltou a engravidar e teve outra menina que nasceu pouco depois da Grande Depressão de 1930.
Era um ambiente familiar onde reinava a violência.
Com apenas 5 anos a menina da nossa história foi violada por um vizinho que diziam ser louco. O homem foi levado a tribunal e condenado a quinze anos de prisão e ela viveu anos apavorada que ele a procurasse para se vingar...
A maior parte da sua infãncia foi então passada a suportar abusos sexuais e físicos e muito trabalho forçado. Começou então a sofrer de falta de autoestima.
Com quinze anos fugiu de casa e da escola encontrando um trabalho num restaurante. Teve relações esporádicas com vários homens e com dezasseis anos deu à luz uma menina. Como não tinha nem condições financeiras nem mentais para a criar deu a criança para adopção a um casal sem filhos. Partiu quando a criança tinha cinco dias e nunca mais a voltou a ver até ao fim dos seus dias.
Voltou à casa onde a mãe vivia com o padrasto e ofereceu-lhe a oportunidade de fugir com ela. Ela aceitou. Porém, a irmã de dez anos ficou com o pai o qual a tratava muito bem.
Ajudou a mãe a encontrar um trabalho e um local onde viver condignamente e partiu para Chicago com uma amiga.
Depois de vários anos a fazer biscates em Chicago seguiu para Nova York onde se tornou modelo de alta costura. Aí conheceu um inglês muito correcto e elegante e chegaram mesmo a jantar na Casa Branca.
Após 14 anos de casamento o marido anunciou-lhe que pretendia casar-se com outra. Foi um rude golpe.
Certo dia de primavera, um numerologista disse-lhe que a sua vida iria mudar no outono, após um determinado acontecimento.
Foi a um encontro da Church of Religious Science em Nova York e de repente a sede por aprender nunca mais acabava... Estudou meditação transcendental, frequentou a universidade com empenho e estudou metafísica. Escreveu o seu primeiro de muitos livros "A Saúde de A a Z" e começou aos poucos a divulgar como certas causas metafísicas podem estar na origem de diversas doenças físicas.
Certo dia, diagnosticaram-lhe um cancro vaginal. Não ficou surpreendida que a doença se manifestasse aí, dados os seus antecedentes com violações.
Não aceitando a palavra incurável, empenhou-se em cuidar de si mesma. Achou que se a mente lhe tinha criado um cancro também o podia curar e evitar uma operação. Durante seis meses parou com a sua atividade profissional e pesquisou vários métodos alternativos que a ajudassem no processo de cura: produtos naturais, reflexologia, eliminou as comidas de plástico e passou a comer comida vegetariana, três lavagens ao cólon por semana e recorreu a um terapeuta para aprender a gerir a raiva recalcada e o ressentimento batendo em almofadas e gritando com raiva. Isso aliviou-a muito. Começou também a trabalhar em afirmações positivas constantando que as mesmas eram extremamente poderosas na elevação do seu estado de espirito.
Seis meses depois e não tinha qualquer vestígio de cancro! Vencera mais uma batalha!
Regressou a Califórnia com o seu livro "A Saúde de A a Z" e começou a frequentar grupos New Age que por lá proliferavam.
Certo dia, a irmã ligou-lhe para lhe comunicar que a mãe agora com 90 anos cegara e era quase surda, e tinha caído e partido a coluna. Este evento permitiu-lhe apaziguar-se com a mãe e a irmã. Levou a mãe para a sua casa e encontrou uma pessoa para cuidar dela enquanto ela investia na divulgação do seu trabalho. A mãe recuperou mobilidade, tendo posteriomente falecido em 1985.
Na década de 80 a SIDA foi revelada ao mundo. Foi o pânico e a estigmatização dos homossexuais.
Ela criou um grupo de autoajuda onde dava palestras motivacionais, ouvia as pessoas doentes e dava aconselhamento e partilhava informação. Chegou a reunir 400 e até 600 pessoas de cada vez. O Hayride Support Group ainda existe em West Hollywood.
Ela era... Louise L. Hay! A maior escritora motivacional e de livros de autoajuda até aos dias de hoje. Morreu em 2017 com 91 anos, durante o sono. (Adaptação livre da sua história de vida escrita pela própria em "Pode Curar a Sua Vida").
Admito a minha resistência durante diversos anos em ler os seus livros por ter uma imagem demasiadamente comercial, o que me desagradava. Fiz o meu percurso com outros autores que também muito prezo.
E assim foi até ao dia em que li o "O Poder está dentro de Si" e fiquei rendida à simplicidade da sua linguagem e à sua capacidade de transmitir tranquilidade, amor e compaixão. Só coisas boas, portanto.
Louise Hay teve uma vida com muito sofrimento e dor, e também, de alguma solidão e falta daquele carinho familiar tão importante para nos tornarmos pessoas equilibradas e saudáveis. Com aqueles ingredientes teria sido fácil ter seguido o caminho da marginalidade...
Teve uma vida bonita.
Tenha você também!