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O Despertar da Mente

O Despertar da Mente

A coragem de não agradar - parte 2

EU SOU EU SOU, 26.06.20

Prisioneiro.png

Todos nós buscamos aceitação e reconhecimento. São aliás duas necessidades básicas já analisadas e classificadas por A. Maslow.

No entanto, há limites! O desiquilibrio ocorre quando nos prejudicamos e esforçamos demais prejudicando-nos a nós próprios e às pessoas que nos são próximas. Falamos do "people pleaser".

Existem alguns sinais preocupantes de que você poderá ser uma pessoa que tenta agradar os outros de uma forma desiquilibrada:

• Você acha que é responsável pelo modo como os outros se sentem.
• Pensar que alguém tem raiva de si deixa-o desconfortável.
• Você tende a ser convencido com facilidade.
• Você acha mais fácil concordar com as pessoas do que expressar uma opinião contrária.
• Você com frequência pede desculpa mesmo quando não acha que fez
algo errado.
• Você faz grandes esforços para evitar conflitos.
• Você geralmente não diz para as pessoas quando se sente ofendido
nem quando seus sentimentos são feridos.
• Você tende a dizer sim quando as pessoas lhe pedem favores, mesmo
que na verdade não queira fazer o que lhe pediram.
• Você muda de comportamento com base no que acredita que os
outros querem de você.
• Você gasta muita energia a tentar impressionar as pessoas.
• Você com frequência está em busca de elogios e aprovação das
pessoas em sua vida.
• Quando alguém ao redor está chateado, você assume a
responsabilidade de fazê-lo se sentir melhor.
• Você nunca iria querer que alguém pensasse que é egoísta.
• Você sente-se sufocado com tarefas demais e sobrecarregado por
todas as coisas que tem que fazer.

O que poderá estar por detrás deste comportamento?

- Medo de entrar em conflito, medo de ser rejeitado por expressar o que verdadeiramente sente e assim, muda o próprio comportamento para tentar fazer os outros felizes;

- Trata-se de um comportamento adquirido que remota à infância - investir energia nos sentimentos e na vida dos outros - colocar as outras pessoas em primeiro lugar.

Porquê que este comportamento não é eficaz?

- As suas suposições podem estar erradas, ou seja, o que você considera ser as intenções e os interesses do outro, podem não o serem de verdade! Na realidade, no esforço de agradar ao outro está também a tentar controlá-lo- não é um ato tão altruísta como se quer fazer parecer;

- Agradar aos outros prejudica os relacionamentos. Se ao invés de ser espontâneo e verdadeiro você apenas transmitir aquilo que pensa que o outro gosta e agrada, você será percepcionado como alguém com pouco conteúdo. As pessoas tendem a não ter relacionamentos duradouros com pessoas que apenas querem agradar aos outros;

- Na tentativa de agradar ao outro você perde os seus próprios valores... Você chega ao ponto em que já nem sabe quem é ou que quer para si.

- As pessoas que tentam agradar a todos são fácilmente manipuláveis;

- É impossível agradar a todos. Algumas pessoas nunca ficam satisfeitas e não é sua responsabilidade fazê-las felizes.

Alguns conselhos para ser mais assertivo e libertar-se deste comportamento tóxico:

- Defina os seus valores e prioridades e atue sempre em conformidade com os mesmos;

- Antes de dar uma resposta sim ou não reflicta, a não ser que seja uma resposta óbvia: pondere se é isso mesmo que quer, o que terá de abrir mão para fazer isso, o que vai ganhar por fazer isso;

- Saber dizer NÃO a pessoas e a tarefas que não são do seu agrado;

- Pensar nas suas próprias emoções e nas emoções dos outros de forma equilibrada.

Todos nós em algum capítulo da nossa vida (pessoal, familiar, social e profissional) ou até em vários procuramos agradar aos outros... Esteja atento! Olhe para dentro de si e procure o equilibrio!

Coragem de não agradar a ninguém

EU SOU EU SOU, 25.06.20

Aristóteles.png

A "Coragem de não agradar" livro de Fumitake Koga e Ichiro Kimichi, serviu de inspiração para a publicação de hoje.

O livro tem um título provocador e tem uma estrutura simples: um diálogo entre um filósofo e um jovem frustrado acerca de diversos temas existenciais ( auto aceitação, capacidade de mudar, sentimento de comunidade, conflitos, relações interpessoais, divisão de tarefas da vida e várias outras questões interessantes) segundo uma determinada perspectiva: a perspectiva do psicólogo americano Alfred Adler - um defensor de uma determinada perspectiva otimista para uma existência feliz. 

Algumas das ideias centrais contidas neste livro maravilhoso:

- questionamento de crenças que condicionam-nos;

- percepção de que não devemos deixar contaminar-mos pelos outros. O comportamento do outro é da sua responsabilidade. Você só é responsável pelo seu próprio comportamento;

- somos todos iguais e diferentes - todos os seres tem a sua importância, assim como todas as tarefas desempenhadas. Todas as profissões são importantes e estão inseridas num todo;

- é na sua participação na sociedade global, no seu compromisso com as gerações que você se encontra. Ao encontrar a importância daquilo que faz você auto-realiza-se;

- não se compare a ninguém - isso é uma forma de escravidão. Essa busca de reconhecimento leva a uma vida sem liberdade. É impossível agradar a todos. Tenha a coragem de desagradar e de viver em verdade consigo mesmo;

- Se eu mudar o mundo muda. Se eu reposiciono-me o mundo em volta também se reposiciona a partir da minha alteração. Então se desejo mudar o mundo, eu tenho primeiro de me mudar a mim mesma;

- A vida não é uma competição. Não trate a vida como se fosse uma linha com partida e chegada. Para Adler a vida é uma dança (curiosamente já Osho falava disso). A dança não tem esse objectivo anterior, é uma série de movimentos muitas vezes sem sair do mesmo lugar.

- As outras pessoas não são seus concorrentes mas sim seus companheiros na sua jornada de vida.

- A vida não é uma linha, é uma série de momentos e esses  momentos chamam-se de AGORA.

- O passado não te define. O que aconteceu no passado não tem de te acompanhar agora, e colocar-te  angustiado. Se quer livrar-se do seu passado, coloque muita luz no seu presente - no seu AGORA;

- A raiva, a angustia e a arrogância e outros sentimentos negativos não devem de ser reprimidos. Todo o sentimento negativo pode ser uma ferramenta para o seu crescimento pessoal.

Por fim, para passar por este caminho da vida com mais destreza, lembre do conselho de Aristóteles:

Há apenas uma maneira de não receber críticas, não faça nada, não diga nada, não seja nada.