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O Despertar da Mente

O Despertar da Mente

Páscoa - Renascer para a Vida

EU SOU EU SOU, 17.04.22

Aproveitemos este período  de Páscoa para renascer para a Vida.

Na nossa curta incursão  pela vida, vivemos  diversas vidas ou fases...

A de criança, a de estudante, a de profissional, a amorosa, a de criar os filhos, e por fim, a terceira idade. Esta última, muito incompreendida e desajustada na sociedade atual onde se valoriza mais quem produz.

No meu caso pessoal  ainda incluiria  mais duas: a do despertar pessoal e a do despertar para o mundo em que vivemos. Qual  delas a mais marcante... com momentos  dolorosos e outros de puro êxtase. 

A libertação  faz-se pela superação  do MEDO. O medo é  o que nos escraviza e conduz a uma existência  de ilusões ou a uma não-vida.

A verdadeira  vida está  lá  fora!

Está  para além  da nossa zona de conforto,  para além das crenças  limitantes, para além dos limites e do conforto  da nossa casa.

Quando confrontamos os nossos medos  eles deixam de ter poder sobre nós.  Resgatamos a nossa liberdade  e criamos espaço na nossa mente para novas aprendizagens e novos desafios,  mais expansão. 

Quando eu era muito pequenina visitei com os meus pais e primos as grutas de Mira de Aire. Foi aí  que descobri  o meu receio pelos espaços fechados - claustrofobia.  Os meus joelhos tremiam sem parar e um pavor enorme quase me paralisou. Um pânico.  Pensei que era melhor nunca mais lá  regressar...

Ficou dessa experiência  a perfeita noção  de que nunca passo muito bem em elevadores, metro, cinemas e salas de espectáculo.  Nada muito notável pelas pessoas que me acompanham. É  um terror interno que controlo com pranayamas, ou respiração  consciente. 

Eu nunca evitei essas situações (metro, elevador e afins), excepto as grutas. Talvez essa decisão de não evitar esses estímulos me tenha auxiliado a não escalar o medo. Assim, mantive o meu medo domesticado. 

Ontem, tive uma ideia: regressar às grutas de Mira de Aire e confrontar a claustrofobia. Resolvi levar comigo a minha mãe  de 86 anos e a minha sogra de 78 anos. Ambas andam meio deprimidas com esta fase da vida de idosas.

Confesso que no inicio a ansiedade  estava no máximo, mal conseguia respirar, pior ainda com máscara... Acresce que fiquei preocupada se a minha mãe aguentaria o percurso pois tem inúmeros problemas de saúde. Vim depois a descobrir  que com elas também houve desconforto inicial porque a sala onde passam o filme é muito quente e não é ventilada. 

Mas lá  fomos as três.  E fizemos os 683 degraus do percurso! A cento e dez metros de profundidade na última parte! 

Consegui relaxar e apreciar a viagem. Para isso contribuiu muito a simpatia do guia e a solidariedade de todo o grupo. Foi tudo muito espontâneo e nem foi preciso pedir nada. Fui atenta às minhas duas acompanhantes, especialmente a minha mãe, mas ambas foram muito corajosas e bem dispostas e isso deu-me alento para enfrentar os meus próprios receios.

Por fim, eu vim, aliás viemos, muito animadas e com mais entusiasmo pela vida. Ajudá-mo-nos mútuamente. 

Não  é  fugindo dos nossos medos que nós os superamos ou crescemos. É  enfrentando-os com coragem!

E é verdade que os idosos perdem a sua autonomia e mobilidade mas nós filhos temos o dever moral de lhes proporcionarmos momentos de vez em quando de passeio e disfrute da vida. Retirá-los da sua monotonia.

Hoje somos mais ou menos jovens mas amanhã podemos chegar a idosos e gostaríamos de nos sentirmos parte integrante da vida e não uns proscritos da mesma.

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Seja quais forem os seus medos, enfrente-os sempre! 

E milagres acontecerão!

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