O fazendeiro chinês e o cavalo
Era uma vez um fazendeiro chinês. Um dia, um dos seus cavalos fugiu. Os seus vizinhos vieram ter com ele, e comentaram como aquele acontecimento era um infortúnio. O fazendeiro respondeu: “Pode ser”.
No dia seguinte, o cavalo que fugiu voltou, e trouxe com ele sete cavalos selvagens. Os vizinhos apareceram novamente, dizendo que isso era uma grande sorte. O fazendeiro respondeu: “Pode ser”.
Depois disso, o filho do fazendeiro tentou domar um dos cavalos selvagens e caiu, partindo uma perna. Os vizinhos vieram lamentar o ocorrido, dizendo que aquilo era muito mau. O fazendeiro respondeu: “Pode ser”.
No dia seguinte, oficiais do exército que estavam a recrutar soldados apareceram, mas não levaram o filho do fazendeiro por conta da sua perna partida. Os vizinhos vieram ter com o fazendeiro e falaram sobre como aquilo era ótimo, e ele respondeu: “Pode ser”.
Essa história faz-nos perceber que não podemos classificar os acontecimentos como bons ou maus, simplesmente porque não sabemos os desdobramentos de cada situação. Por mais angustiante que possa parecer, o fato é que não temos controle sobre o que irá acontecer conosco e nem mesmo sobre o resultado das nossas ações, especialmente a longo prazo. Não faz sentido, então, comparar a nossa história com uma outra história ideal, pois esta simplesmente não existe. Por vezes acontecimentos percepcionados como negtivos abrem caminho a crescimento pessoal e até a oportunidades nunca antes sonhadas. E outras vezes, acontecimentos que julgamos positivos revelam-se fortes decepções.
Resta-nos apenas entender que nossa história é única e aquilo que chamamos de “erro” é apenas uma avaliação muito rasa das nossas atitudes passadas. Podemos, em vez disso, ser humildes o suficiente para entender que não estamos no comando do universo e escolher valores que guiem as nossas ações em vez de voltá-las para resultados que não dependem apenas de nós.