Gestão emocional - Premissa 1
Nós não somos seres humanos a ter uma experiência espiritual, nós somos seres espirituais a viver uma experiência humana. Essa experiência humana tem um propósito: o crescimento pessoal e a expansão da nossa consciência individual e da consciência do todo.
Na nossa vivência temporariamente humana, somos simultaneamente peões e actores da nossa vida.
Somos peões porque há muitas coisas que escapam ao nosso controlo. Essas coisas devemos aprender a aceitá-las com serenidade e tolerância.
Somos actores da nossa vida porque possuímos o livre arbitrio, e logo podemos agir ativamente na nossa vida com coragem, criatividade e flexibilidade.
Cedo (na família, na escola, na sociedade) recebemos normas de "como viver a vida", de como nos comportarmos em sociedade, e não faltam pessoas a tentarem modificarem-nos e a sugerirem outras formas de sermos! Tentamos ser aceites e ao fazê-lo fazemos cedências (em vez de compromissos) e começamos a tentar fazer o que vemos os outros fazer e não o que muitas vezes queremos internamente. Só queremos ser aceites, só queremos ser amados.
Assim, começamos a dar uma enorme importância ao que se passa no exterior, e esquecemos o nosso interior (sonhos, metas, crenças positivas, dúvidas existenciais, medos).
O que posso afinal controlar?
- a forma como executo o meu trabalho;
- as minhas decisões;
- as minhas aprendizagens;
- pedir ajuda;
- a forma como passo o meu tempo livre;
- respeitar a propriedade pessoal e alheia;
- ser honesto;
- ser generoso;
- perdoar;
- tentar outra vez;
- fazer o meu trabalho;
- ser responsável;
- cuidar de mim ( não só a parte física e a alimentação mas também a mental e espiritual).
O que eu não controlo?
- as decisões dos outros;
- a forma como os outros me tratam;
- a forma como os outros se tratam de si próprios;
- quem gosta de mim;
- os erros do passado;
- a honestidade dos outros;
- a gentileza dos outros;
- o perdão dos outros;
- o tempo (ele corre inexorável...);
- os outros pedirem ajuda;
- os outros pedirem desculpas.
Pois é... Leia e releia as vezes que forem necessárias o excerto anterior... Percebeu agora?
Se é uma pessoa mais consciente já percebeu que se calhar tem passado grande parte do seu tempo de vida a opinar e a tentar controlar o que não está ao seu alcance controlar... Simplesmente esqueça! Tudo o que está fora de si somente deverá aceitar que está fora do seu controlo! Trabalhe é em si mesmo! Pode e deve ser generoso e solidários mas perceba que o caminho é individual e cada um terá de o fazer por si mesmo.
Ahhh, mas eu gostava tanto de controlar quem é que gostava de mim, quem reconhecia o meu valor... Nãoooooo vai dar! Tempo perdido! Aliás, você já é um ser maravilhoso e especial, não tem de provar nada a ninguém nem a si mesmo. Claro, que isto não significa que vai sentar-se à sombra da bananeira e não faz mais nada na vida! Em tudo tem de existir um equilibrio...
Ooohhh! Eu gostava tanto que um amigo com o qual me zanguei vi-se quanto está errado e me pedisse desculpas... Também não! Nesta situação em especial, se isto o incomoda tenha você próprio essa iniciativa, e contacte esse amigo... Esteja preparado para aceitar a posição do outro sem expectativas. Se correr bem, excelente! Se correr mal, pelo menos tentou e estará bem com a sua consciência...
Há sempre uma solução para cada problema, e para encontrar a solução que melhor se ajusta a si, aprenda a decidir melhor! Por exemplo, em determinadas situações tem de decidir se fica ou se parte! Se tolera algo ou se terá de estipular limites. Noutras terá de decidir se fala ou se fica calado.
Ahhhh, isto assim não tem piada nenhuma! Devia de ser diferente! Mas não é! É uma lei da vida! Aceite! Aprenda a viver com o que tem e a trabalhar também para o que gostaria de ter, mas com um mindset diferente do que tem usado...
Tem negligenciado áreas do seu poder pessoal... Essas áreas são para expandir! E nunca é tarde para o fazer!
Podemos sempre melhorar! Podemos aprender mais, decidir melhor, fazer melhor o nosso trabalho, podemos ser mais (generosos, honestos, amorosos, responsáveis), podemos sempre tentar de novo e não desistir ao primeiro falhanço ou erro, podemos perdoar e libertar o nosso pensamento e o nosso coração e podemos sempre cuidar melhor de nós para termos a capacidade de nos doarmos aos outros.
Muito simples de compreender, agora colocar em prática é que é o desafio! Já reparou como a sua mente foi programada para avaliar constantemente o que se passa no seu exterior (circunstâncias e pessoas) gerando pensamentos, sentimentos, conversas e ações em consonância com essas mesmas avaliações?
Se o exterior for favorável, vai sentir-se alegre, com energia, entusiasmado... Se o exterior for percepcionado negativamente, vai sentir-se desanimado, triste, revoltado, sem energia...
Numa constante oscilação entre positivo e negativo, ânimo e desânimo... Um carrocel de emoções!
E se eu lhe disser que é possível sentir-se sereno mesmo nos momentos mais desafiantes da vida? Que pode sempre escolher como pensar e agir se se alinhar consigo mesmo na sua essência e não com o que acha que os outros esperam de si.