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O Despertar da Mente

O Despertar da Mente

Diferença entre observar e julgar

EU SOU EU SOU, 11.07.22

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Muitas vezes julgamos pensando estar apenas a observar! Eu tomei um conhecimento mais aprofundado disso quando tirei o curso de CNV - Comunicação Não Violenta. Nesse curso tornou-se evidente que a nossa tendência para emitir juízos de valor é como um programa de vírus que se instala e corre na nossa mente contaminando e filtrando tudo o que vemos, ouvimos, sentimos e vivemos.

É importantíssimo para o nosso crescimento pessoal, para uma boa comunicação e para a construção de relacionamentos harmónicos e com maturidade termos a noção que TODOS emitimos juízos de valor, e muitas vezes pensamos estar apenas a observar...

Como saber diferenciar observação de juízo de valor?

Basta sabermos que sempre que olhamos para as coisas com o sentimento de dor e de separação, estamos possivelmente a julgar e não a obervar. Estamos guiados pelo EGO e não pela compreensão. Marshall Rosenberg diz que o julgamento parte sempre de uma necessidade nossa não atendida, ou seja, quando numa situação onde sentimos que as outras pessoas não atendem a nossa necessidade vamos rótular e julgar - a chamada de crítica não construtiva.

O julgamento diz mais a nosso respeito que das outras pessoas. Todo o defeito que eu vejo no outro eu tenho em mim. Ter essa humildade e compreensão permite-nos desenvolver a COMPAIXÃO pelas falhas alheias que são apenas as nossas reflectidas.

A observação requer imparcialidade, racionalidade e não envolvimento emocional do nosso corpo de dor ou no da outra pessoa.

Por exemplo se eu afirmar:

Esta guerra da Ucrânia está a gerar uma crise na UE, motivada pela crise energética, a qual se reflete no aumento de preços, inflação, perda de poder de compra e carência de bens. Se se mantiver este cenário existem fortes probabilidades de vivermos uma crise financeira e económica muito grave brevemente. Isto é uma observação consubstânciada em fatos (observáveis por qualquer pessoa) e integra também uma previsão. Uma previsão é apenas um cenário futuro possível, não é um julgamento.

Agora se eu disser isto:

A UE é governada por políticos corruptos que não querem saber do bem-estar dos seus povos e que não sabem definir prioridades. Uma matilha de lobos esfaimados sem qualquer ética ou valor moral. - Aqui eu estou a expressar uma opinião pessoal onde rotulo  outras pessoas e faço julgamentos.

Mas muitas vezes nós misturamos as duas coisas. Começamos bem, expressando fatos, e depois, na interação com outra pessoa, algo que interpretamos mal ou que nos irrita, faz-nos perder a nossa racionalidade e auto-controlo e deixamos de ter a capacidade de manter um discurso objetivo e claro...

Uma coisa muito interessante que Marshall veio ensinar-nos é de que A CHAVE ESTÁ SEMPRE DENTRO DE NÓS! Cada individuo é totalmente responsável pelos seus estados internos, sentimentos e emoções. 

É muito libertador entender que não são os outros, ou as circunstâncias, ou a sociedade ou as normas instituídas que são responsáveis pelo que se sente. Há que saber distinguir o que é um estímulo  dos nossos estados internos.

Sempre que nos sentimos ofendidos por algo, devemos reflectir porque motivo nos sentimos assim... Pode ser surpreendente o que se vai descobrir! Há sempre a tal necessidade não atendida por detrás de todo o conflito, toda a discussão...

Pode ser porque era importante para si que determinada pessoa o visse de determinada forma. Mas só você é responsável por essa expetativa!

Agora se gostava que as pessoas o vissem de determinada forma isso também pode ser vaidade. Eu sou o único responsável pela minha própria vaidade!

Não interessa o que os outros pensam a seu respeito! 

Não busque culpados! Assuma a sua responsabilidade em maturidade!

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Este processo simples em 4 etapas permite-lhe adquirir um distanciamento para que em determinadas situações de interação social conseguir observar e analisar o que está  a sentir, que necessidade não está a ser atendida da sua parte e... do outro. Pode auxiliá-lo a saber estar na relação com o outro de uma outra perspetiva - não a de querer ter a razão mas sim de a de querer ter paz e construir pontes de entendimento.

Por vezes o silêncio é a melhor resposta, sobretudo quando reconhece que não está a ser capaz de ter determinada conversa ou sente que o outro não consegue estar, por cansaço, por ruído, por maus sentimentos...

Noutras vale apena conversar. Sabedoria para distinguir ambas!