Há muito tempo, existia um mestre que vivia com seus discípulos num templo em ruínas.
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Os discípulos eram monges pedintes que sobreviviam do que lhes era dado pelo vilarejo próximo. Os discípulos reclamaram do estado do templo e o mestre respondeu-lhes: “Nós devemos reformar as paredes do templo. Desde que nós somente ocupamos o nosso tempo a estudar e meditar, não há tempo para que possamos trabalhar e arrecadar o dinheiro que precisamos. Assim, eu pensei numa solução simples”.
Todos os estudantes se reuniam diante do mestre, ansiosos em ouvir suas palavras. O mestre disse: “Cada um de vocês deve ir para a cidade e roubar bens que poderão ser vendidos para a arrecadação de dinheiro. Desta forma, nós seremos capazes de fazer uma boa reforma no nosso templo”.
Os estudantes ficaram espantados por este tipo de sugestão vir do sábio mestre. Mas, desde que todos tinham o maior respeito por ele, não fizeram nenhum protesto. O mestre disse logo a seguir, de modo bastante severo: “No sentido de não manchar a nossa excelente reputação, por estarmos cometendo atos ilegais e imorais, solicito que cometam o roubo somente quando ninguém estiver a olhar. Eu não quero que ninguém seja apanhado”.
Quando o mestre se afastou, os estudantes discutiram o plano entre eles. “É errado roubar”, disse um deles, “Por que nosso mestre sugeriu cometermos este ato?”
Outro respondeu em seguida, “Isto permitirá que possamos reformar o nosso templo, então é uma boa causa”. Assim, todos concordaram que o mestre era sábio e justo e deveria ter uma razão para fazer tal tipo de requisição. Logo, partiram em direção à cidade, prometendo coletivamente que eles não seriam pegos, para não causarem a desgraça para o templo. “Sejam cuidadosos e não deixem que ninguém os veja roubar”, incentivavam uns aos outros.
Todos os estudantes, com exceção de um, foram para a cidade. O sábio mestre se aproximou dele e perguntou-lhe:
“Por que você ficou para trás?”
O garoto respondeu: “Eu não posso seguir as suas instruções para roubar onde ninguém esteja me vendo. Não importa aonde eu vá, eu sempre estarei ab olhar para mim mesmo. Meus próprios olhos irão ver-me a roubar”.
O sábio mestre abraçou o garoto com um sorriso de alegria e disse: “Eu somente estava a testar a integridade dos meus estudantes e você é o único que passou no teste!”
Após muitos anos, o garoto tornou-se um grande mestre.
Lição a reter: não faça algo que vai contra os seus valores pessoais ou universais, só porque alguém que admira lhe sugere isso. Não vá atrás dos outros também. Saiba pensar pela sua própria cabeça!