“O que não trazemos à consciência aparece nas nossas vidas
como um destino”.
(Carl Jung)
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Vivemos uma época de despertar e de ganhar consciência. Muitos de nós já iniciaram essa jornada há uns tempos, outros mais recentemente e outros longe disto tudo, ou pelo menos assim o pensam...
Não basta mudar de trabalho… não basta mudar a alimentação… não basta meditar… não basta ler aquele livro ou frequentar aquele Workshop… Tudo isso é bem-vindo, benéfico e saudável, claro…especialmente se realizado em conjunto. Mas a verdadeira mudança, essa, é de dentro para fora.
Esse caminho é muitas vezes doloroso de se fazer e díficil, mesmo para os mais ousados e corajosos. Porque não é fácil reconhecermos e aceitarmos quem somos na totalidade - no positivo e no negativo.
Muitas vezes nesse caminho de autoconhecimento encontramos emoções e desafios que não estávamos à espera... Ignorar isso é fugir do caminho e da verdade. Olhar para dentro significa reconhecer, aceitar e depois tentar transformar aquela parte de nós que nos bloqueia, limita e assusta...e que não gostamos...
Devemos assumir o TODO que somos, mesmo o nosso lado sombra que tantas vezes qualificamos de frágil, de mau, de doentio...
Lembre-se que só existe sombra porque existe Luz. E se não aceitarmos a nossa sombra não estamos preparados também para aceitar a nossa própria Luz. Com efeito, abraçar o nosso lado sombra permite-nos alcançar níveis de autorealização e de felicidade mais elevados.
O processo de desenvolvimento pessoal é um caminho de crescimento e de aprendizagem. E todos somos mestres e discípulos - ninguém nasce guru!
Abrace o seu lado sombra com AMOR pois a Luz está e sempre esteve lá.
Seja compreensivo para as sombras alheias. Cada um está no seu próprio processo evolutivo.
Agora um texto mais científico acerca deste tema que achei interessante partilhar aqui convosco do site https://isiinfinity.com.br/.
Segundo o psiquiatra e psicoterapeuta suíço Carl Gustav Jung (1875-1961), o lado sombra, também chamado do “lado obscuro ou negro” é aquela parte do inconsciente que desprezamos, escondemos ou rejeitamos. A sombra é tudo o que foi negado, reprimido ou ainda permanece desconhecido pelo indivíduo e está recalcado —ou seja, reprimido — no seu inconsciente, o que também torna a sua definição ligada aos estudos do psicanalista austríaco Sigmund Freud (1856-1939).
De um modo mais simples, podemos definir a sombra como aquele lado da personalidade que acolhe instintos que insistimos em controlar, como a raiva, o ódio e a inveja, a vingança entre outros. "Todos nós temos em nosso inconsciente o bem e o mal, mas conhecemos a essa face sombria quando começamos a tornar consciente aspectos que consideramos 'maus' ou 'errados', seja por questões educacionais, culturais ou sociais. A sombra é um 'eu escondido' cujas manifestações são rejeitadas por nós a todo o tempo".
A grande maioria de nós é cega em relação à sua existência. Escondemos as nossas características negativas, não apenas dos outros, mas de nós mesmos.
Esse é o lado sombrio da nossa personalidade. Em suma, é o que preferiríamos não ser.
A sombra é frequentemente projetada noutra pessoa. Para fazer isso nós criticamo-las ou condenamo-las para garantir que o foco não recaia sobre nossos próprios defeitos ou tendências destrutivas.
Com efeito, vivemos a vida com um falso ar de superioridade moral. Acreditamos que, enquanto as outras pessoas agem de maneira imoral e destrutiva, nós somos virtuosos e estamos sempre certos.
O nascimento da Sombra
O nascimento da nossa sombra ocorreu quando éramos pequenos. Quando o nosso pensamento lógico ainda não era desenvolvido e, de alguma forma, entendíamos que de havia algo errado conosco.
Toda vez que recebemos uma crítica ou punição insensata, inconscientemente separamo-nos do nosso “eu verdadeiro” para assegurar nossa sobrevivência emocional. Assim, nascia a nossa sombra.
A sombra fica à espreita, esconde-se e engana.
Mas podemos identificá-la por meio do nosso comportamento em determinadas situações desmedidas, em que parece que estamos fora de nós. É quando não conseguimos mais controlá-las.
– E qual têm sido suas reações diante das situações na área pessoal e profissional?
– Quando está em grupo, como você reage se alguém diz que alcançou resultados surpreendentes? Sente inveja, ciúmes, raiva?
São nesses momentos que reconhecemos nosso lado obscuro que podem se manifestar de duas formas:
a) Forma positiva: a pessoa fica hipersensível, facilmente apaixonada, possessiva, obcecada, excessivamente atraída ou talvez se torne uma idealização contínua que estrutura as suas motivações ou a sua disposição.
b) Forma negativa: reações reativas, agressivas, invejosas, mesquinhas, raivosas.
É necessário compreendermos esse lado obscuro principalmente porque mantê-lo requer um esforço pesado. É preciso muita energia para esconder constantemente de nós mesmos os nossos aspectos indesejáveis.
Muitas vezes não queremos ver nossa sombra, mas gostemos ou não, a escolha é nossa.
Como trabalhar o Lado Sombra
Para evitar ser vítima da nossa própria sombra, devemos tornar-nos conscientes das nossas características sombrias e integrá-las à nossa consciência.
Podemos acolhê-las e compreendê-las não como aspectos desprezíveis do nosso ser, mas como partes necessárias e vitais dele.
Assim, podemos ser os donos da nossa sombra, trabalhando para nos tornarmos conscientes dos nossos impulsos, sentimentos, necessidades e potenciais inconscientes e reprimidos. Bem como para sermos capazes de fazermos escolhas livres e conscientes na vida.
Ou podemos deixar que ela seja nossa dona, ou seja, os nossos impulsos e sentimentos rejeitados moldarão o desenrolar de nossa existência e identidade.
Quando entramos em contato com a nossa sombra libertamos a energia reprimida e utilizamo-la para o nosso próprio crescimento.
Por conseguinte, podemos trabalhar com a nossa dinâmica psicológica interior, observando quais as áreas da nossa vida que ela influencia e aprendendo a lidar com elas.
Para trabalhar com o nosso lado sombra, podemos usar da psicoterapia de uma forma mais profunda e no coaching ou mentoring de uma forma mais leve, expandindo a autoconsciência e abrindo novas opções do mundo exterior.
Sobretudo, devemos tornar a nossa sombra mais clara possível, trazendo à consciência os nossos sentimentos, impulsos, necessidades, capacidades que foram reprimidos durante a vida.
Para Carl Jung tinhamos que promover uma negociação com o nosso lado sombra para permitirmos que a mesma viva no nosso consciente ao invés de a reprimirmos para o nosso inconsciente.
A sombra é mesmo a porta de entrada para o nosso SER e muitos receiam e não ousam descer às suas profundezas. E no entanto, é isto mesmo que devemos fazer se queremos tornar-mo-nos em quem somos de verdade.