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O Despertar da Mente

O Despertar da Mente

A atenção aos extremos!

EU SOU EU SOU, 30.01.21

A história da humanidade já mostrou-nos, em eloquentes passagens, que um extremo tende a gerar como efeito o extremo oposto. Como um pêndulo que, em busca do equilíbrio, toca as extremidades até centrar-se numa posição de maior estabilidade.

Por vezes ao fugirmos de um extremo só nos "enterramos" noutro... igual ou pior!

Atenção, à formação das suas crenças. Atenção à tendência de desculpar as graves falhas dos que você apoia só porque está preso a crenças ideológicas, culturais, económicas, sociais, raciais ou outras quaisquer. Atenção ao fanatismo.

Os extremos tocam-se. 

Para ilustrar: como nos referimos àquela pessoa que não mede esforços para conseguir o que quer? Tendemos a dizer que essa pessoa é determinada, persistente e focada. Contudo, se essas qualidades forem exageradas, elas terão efeito contrário: passaremos a rotular essa mesma pessoa como “teimosa”. Assim, concluímos que determinação em excesso é percebida como teimosia ou rigidez.

Outro exemplo: Se detesta a ditadura de Kim Jong-un no expectro da extrema esquerda, não vai gostar da ditadura de Mussolini, Hitler, Franco ou Salazar... As ditaduras de esquerda ou de direita fomentam regimes totalitários, opressores das liberdades individuais e colectivas e criam uma sociedade de desigualdades sociais, culturais, económicas...

Assiste-se atualmente um aumento da intolerância na sociedade global. Ataques, insinuações, difamações, mentiras, fake news. Xenofobia, homofobia, machismo, racismo, intolerância religiosa, divergências político-ideológicas. Esses são apenas alguns dos ingredientes de um caldo de gosto amargo e perigoso.

Também assistimos a um processo de desumanização das relações humanas, e a situação da pandemia covid 19, só veio aprofundar este fenómeno.

As consequências desse processo de desumanização das relações ainda estão no seu estado gestacional. E, mesmo neste estágio, percebe-se a criação de um cenário hostil, a preparação de um terreno fértil no qual brotam conflitos locais, nacionais e até transnacionais.

Alguns tópicos para reflexão :

1) Tenha atenção na escolha de pessoas que não estejam contaminadas com aquilo que queremos ouvir, e que sim sejam isentas nas suas opiniões e com posicionamentos sinceros. Por outro lado, precisamos cuidar do rigor na busca por referências, sendo cautelosos com padrões altamente exigentes o que pode levar-nos a sermos refratários, acreditando que as pessoas nunca serão suficientemente capazes de nos aconselhar e avaliar!

2) Esse rigor deve consistir em desenvolver um espírito crítico. Não acreditar em tudo o que vemos ou ouvimos nas redes sociais e nos media. Ter um critério de pesquisar informação em fontes fidedignas tais como: os livros de história, documentários, palestras de cientistas e de especialistas (historiadores, testemunhas dos fatos), falar com pessoas reais que estão nesses contextos (se forem contemporâneos), e porque não, observar diretamente, quando possível.

Há uma facilidade imensa atualmente de se produzirem conteúdos com aspecto absolutamente credível e que na realidade são ficção. Pior ainda: são mentiras, manipulações, difamações.

3) Além, da verificação das fontes e dos conteudos a que for exposto, dou uma outra sugestão, baseada na minha própria experiência pessoal, que é o critério da ressonância. Se aquilo que está a ver ou a ouvir não ressoa nos seus valores, na pessoa que é, no tipo de sociedade em que gostaria de viver... então verifique essa mensagem antes de a interiorizar como verdadeira. 

Para finalizar: a melhor forma de se manter integro e equilibrado é investir no seu próprio autoconhecimento. Se se tornar numa pessoa mais reflexiva já não se deixará levar tanto pela sua impulsividade nem pela impulsividade dos outros.  Etse exercício vai levá-lo a frear os impulsos que tendem aos extremismos, tal como aqueles que levam o pêndulo de um lado ao outro...

 

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Não altere a voz... melhore os argumentos

EU SOU EU SOU, 24.01.21

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Esta frase é atribuída a Desmond Tutu (personagem política que liderou um comité que investigou os crimes do apartheid na Africa do Sul).

Existe uma tendência em elevar a voz quando tentamos defender uma ideia ou ponto de vista e sentimos que o nosso receptor ou receptores não nos estão a compreender ou divergem da nossa opinião. É o que vemos frequentemente nas discussões de política, futebol, religião. E também nas discussões com filhos, maridos ou esposas.

Este processo é muitas vezes inconsciente para a maioria das pessoas. Já outras pessoas tendem a perder o controlo com facilidade e sabem ter essa característica de elevação imendiata da voz, porém, ao invés de se tentarem corrigir, agem como se tivessem orgulho nisso, o que é uma pena.

A perda de controlo emocional e a alteração da voz impede na verdade a fluência comunicacional. Quem quer perder energia a discutir com alguém que se expressa aos gritos como se fosse detentor da verdade absoluta?

Por outro lado há também pessoas com muito para dizer mas que se inibem de o fazer por insegurança e timidez. É o caso do aluno que sabe a resposta à pergunta do professor mas evita responder e depois observa o sucesso de outro aluno que fornece a resposta que ele próprio sabia dar. Ou o jovem que tem um crush por uma moça mas por timidez não fala com ela e acaba por assistir a outro amigo convidá-la para sair... E depois surgem as somatizações físicas por se auto-silenciar como as enxaquecas, as gastrites e afins.

Mas hoje falamos dos que se descontrolam em discussões e reuniões.

Muitas vezes temos razão/fundamento nos nossos pontos de vista mas perdê-mo-la na forma como dizemos as coisas e no tom que utilizamos.

O pensamento que vos quero deixar neste domingo eleitoral e em plena pandemia, é este: da próxima oportunidade que tiver de dialogar  com alguém, tome atenção ao tom com que comunica.

Não é por falar mais alto que terá mais razão. Respire fundo e tente buscar as palavras certas para comunicar com o outro e assim chegarem a um entendimento.

Por vezes é necessário negociar... E ter muita paciência e tolerância. Faça-o com sabedoria. Evite ser intransigente ao ponto de se autocondenar à solidão, mas também evite ser demasiado passivo condenando-se ao arrependimento do : "ah, se eu tivesse...".

 

 

Epicuro e a noção de bem e de mal

EU SOU EU SOU, 20.01.21

Nunca deu consigo a pensar: se Deus é puramente bom porque razão permite o mal?  Pois é, muito antes de nós, os filósofos antigos questionaram isso mesmo, e um deles, foi o grego Epicuro.

Um dos maiores legados de Epicuro são os aforismos ou frases breves que são uma forma concisa e eloquente de declarar a verdade.

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O dilema de epicuro pode-se traduzir no esquema que a seguir se apresenta.

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Para quem foi criado com crenças cristãs, como eu própria, este dilema parece chocar-nos um pouco... Mas sejamos honestos, quem de nós ao observar tanta desgraça no mundo e até na própria vida pessoal em certas alturas, não deu consigo mesmo a pensar muito próximo de Epicuro?

Questionar não é sinónimo de desrespeitar ou de blafesmar. O pensamento deve correr livre para alcançar maiores níveis de conhecimento e de entendimento.

Que resposta daria a Epicuro? Acha que ele provou que os "super-poderes" divinos não existem? Ficou com dúvidas?

Confesso que andei uns tempos a reflectir acerca deste dilema e comecei este post há muitas semanas atrás, mas somente agora me senti verdadeiramente preparada para o publicar.

Primeiro considero importante fazer um esclarecimento: tenho uma visão monista de DEUS. Esta visão monista baseia-se na filosofia hermética e considera que Deus está em TUDO e no TODO e que somos todos divinos pois ELE também está em cada um de nós - somos centelhas divinas e temos muito mais poder do que aquele que julgamos ter. Esse poder foi-nos atríbuido a partir de uma coisa que se chama de livre arbítrio.

A visão monoteísta acredita no DEUS único omnipotente e omnisciente, porém, atribui-lhe muitas características antropomórficas (características humanas). No entanto, para a visão monista de Deus (que eu partilho) ELE não é humano, nem material, é antes uma consciência que une TUDO (desde a menor partícula à maior) ao TODO.

O que Epicuro faz aqui é desmontar um paradigma do monoteísmo. 

Então podemos considerar que Deus permite o mal para nos testar apesar de saber qual será o desenlace?

Sim! Porém, o mal não será criado por ele, mas sim por cada um de nós individual e coletivamente através dos nossos pensamentos, sentimentos e ações - como já tinha referido no post anterior.

Então ele não é bom por permitir o mal pois tem o poder de o terminar?

ELE é LUZ e AMOR e BEM incondicional. A dualidade existe para que haja evolução. Sem dualidade o universo não crescia e expandia.

Se só existisse o bem e o mal fosse erradicado para sempre interromperíamos o ciclo evolutivo do TODO, e de cada um de nós. Esta dualidade também existe noutras dimensões, embora aqui na nossa ela seja mais notória porque vivemos ainda muito na materialidade.

Agora cabe a cada um escolher de que lado quer ficar. Ambos tem muito poder, porém, o poder da LUZ é no meu entendimento muito superior. Para ilustrar o que afirmo  peço-vos para imaginarem um quarto interior sem janelas e na maior escuridão. Se você entrar nesse quarto e ligar uma pilha, onde a luz incidir a luz vencerá!

Seja a luz e não as trevas, lançando para o interior de si mesmo e para tudo o que o rodeia: conhecimento, aprendizagem, amor e aceitação e já estará a fazer muitíssimo por si próprio e por toda a humanidade à qual está ligado por uma teia invísivel aos olhos.

Qual a vossa opinião? Gostaría de a conhecer nos vossos comentários...

 

 

 

 

 

 

Já ouviu falar da lei triplíce?

EU SOU EU SOU, 17.01.21

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(imagem da internet)

Nesta dimensão terrena em que vivemos vemos muito mal acontecer, e parece tantas e tantas vezes que há mais MAL que BEM e que Mal vence o BEM e é mais forte que este.

É realmente um facto que há muito mal na terra, mas tenhamos consciência que somos nós que colectivamente e individualmente o criamos e alimentamos a partir de maus pensamentos, más ações e maus sentimentos. Se queremos mais bem que mal, temos cada um de nós individualmente analisarmos os nossos próprios comportamentos e pensamentos e trabalharmos no nosso próprio desenvolvimento pessoal diáriamente e até ao final dos nossos dias. Porém, a maior parte de nós dedica-se mais a julgar o comportamento alheio, a apontar defeitos e a retaliar.

Esta ilusão de que o Bem é fraco e o Mal é forte e poderoso leva muitas pessoas a acreditarem mais no poder do mal que do bem. E algumas passam a fazer culto ao mal por acharem que assim vão alcançar o que buscam na vida. Que engano terrível!

Tudo o que fizermos de bem ou de mal voltará a nós triplicadamente.

Se você fizer mal intencionalmente a alguém estará a atingir o outro, a si mesmo e ao TODO. As energias que criamos influenciam SEMPRE o que acontece connosco.

Esta lei triplíce é perfeitamente compatível com a lei de causa e efeito e da ação e reação. É absolutamente lógico e natural que as ações voltem ao seu emissor em grau intensificado. Esta lei divina não tem nada de cruel e nem é fruto de uma divindade injusta. Ela é fruto das nossas próprias ações e é provocada por nós mesmos e não por uma Divindade que nos irá punir em função dos nossos feitos.

Quem nos vai punir somos nós mesmos ao transgredirmos a regra mais importante da vida: o livre arbitrio alheio.

Todos somos livres e podemos transgredir qualquer lei, porém, sofreremos invariávelmente a consequência dos nossos atos.

Se todos desejassem aos outros  o que desejam para si mesmos, em breve o mundo estaria repleto de bençãos e positividade.

O bem e o mal vão sempre existir, seja em que dimensão for, mas em local nenhum a dualidade é tão marcante quanto aqui na terceira dimensão. Não se trata de demonizar as suas próprias sombras nem as de todos nós, pois essa característica dual faz parte da nossa natureza humana. Até sobre o mal devemos de derramar AMOR e LUZ sem esperar nada em troca. Se lançar mais rejeição, julgamento e separatismo sobre o que avalia como mal, pior será! O MAL reforça-se! Lance amor, harmonia, paz.

Se a lei tríplice pode trabalhar contra si ela também pode trabalhar a nosso favor,  do seu comportamento, pensamento e ações! Faça a sua parte!

Para vos auxiliar nesta reflexão deixo-vos aqui esta canção de Gabriel o Pensador: FÉ NA LUTA!

E aqui tem a letra, que é muito bonita.

Hoje eu vim pra te mostrar que o bem é mais forte que o mal

Que o sim é mais forte que o não em tudo nessa vida
Vim te dizer que tem vitória no final
Pode acreditar que sim e duvidar de quem duvida
Vou te mostrar que o bem é mais forte que o mal
Que o sim é mais forte que o não em tudo nessa vida
Vim só pra te ver com a vitória no final
Pode crer que sim e duvidar de quem duvida, de quem duvida
Hoje eu me vi sorridente escovando os dentes na frente do espelho
E a minha imagem me disse hoje é dia de luta, escuta o conselho
Entra com foco no ringue, não perde o swing, protege a cabeça
Guarda o que é bom no seu peito e o que for ruim ou suspeito, esqueça!
Pensa no tempo, não esquece do tempo, não há tesouro maior
Lembra dos outros, não esquece dos outros, tem muita vida ao redor
Leva o amor onde for, espalha esse amor da maneira mais pura
Fala a verdade porque ela é a chave que abre qualquer fechadura
Tira a armadura para dar um abraço naqueles que querem o seu bem
Fala o que pensa, evita a ofensa e aceita as palavras que vem
Olha a paisagem, aproveita a viagem, que o dia e a viagem termina
Minha imagem no espelho já sabe que não sabe nada e por isso me ensina
Histórias nossas histórias, dias de luta, dias de glória
Histórias nossas histórias, dias de luta, dias de glória
Histórias nossas histórias, dias de luta, dias de glória
Histórias nossas histórias, dias de luta
Não tem outra saída a não ser a da coragem
Levanta e vai a luta, sempre escuta essa mensagem
Meu rosto no espelho, meu filho, minha mãe e meu pai
E todos que me amam me dizem "levanta e vai!"
Se todo mundo cai, eu também caí um dia
Eu chorava e não entendia porque um estranho sorria
E sua mão ele estendia pra me levantar do chão
Me fazendo acreditar que o sim é mais forte que o não
E que pra toda ferida tem um cicatrização
Dividindo o seu sorriso como se divide um pão
Esse estranho me ensinou que todo estranho é um irmão
Hoje eu sei que dividindo eu faço a multiplicação
Em qualquer situação eu sempre chego pra somar
Se quiser somar vem junto se não for pra somar, some!
Eu sorri pra te mostrar que o sim é mais forte que o não
Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come
Histórias nossas histórias, dias de luta, dias de glória
Histórias nossas histórias, dias de luta, dias de glória
Histórias nossas histórias, dias de luta, dias de glória
Histórias nossas histórias, dias de luta
Tenho a mente livre e a paz no coração
Garra pra seguir em frente com disposição
Guarda fechada contra o ódio e a traição
Fase preparada pra buscar superação
O certo é certo, o errado é errado, nem esculachar, nem ser esculachado
Meu papo é bem reto, eu não mando recado, respeito pra ser respeitado
Fora do ringue, lutar pela paz, pelos meus sonhos, meus ideais
Planto amizade, colho esperança, o verdadeiro guerreiro não cansa
Quem tem caráter e honra (nós)
Positividade, atitude (nós)
Covardia nunca, humildade
Sei o que eu quero, o que eu quero eu posso
O bem, mais forte que o mal

Vidas imperfeitamente perfeitas!

EU SOU EU SOU, 10.01.21

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Na nossa existência temporáriamente humana não existem vidas "perfeitas" como as  que nos mostram os ditames da moda e do homem massa. Nós "compramos" a ideia de que de facto existem pelos filmes, séries, publicidade, revistas e livros que lemos... 

Embarcamos nessas expectativas criadas pela ficção e pelas revistas cor-de-rosa de que há pessoas a viverem uma vida com tudo nota 10 sem qualquer esforço ou trabalho e também queremos isso para nós! Porém, essa vida próspera, fácil e feliz e sem crises, stresses, perdas ou doenças, que nos vendem não existe ainda para ninguém! É um embuste que muitas vezes levam-nos a viver em frustração e em ingratidão. 

E pergunte-mo-nos: será que para sermos verdadeiramente felizes necessitamos de tantos bens materiais?

Se estamos neste plano terreno é para aprendermos e para evoluirmos. Vamos ter momentos de felicidade e vamos ter momentos de sofrimento. E a dor é o grande catalisador do nosso crescimento pessoal e espiritual - isto se estiver disposto a ter a abertura e a flexibilidade de fazer ajustes à sua maneira de pensar e de ser... Se tiver essa abertura, pode crescer muito e alcançar um estado de serenidade e de harmonia fantásticos e inegualáveis!

O amor é outro grande catalisador... Faz imensa falta a cada um de nós individualmente e colectivamente também. Ame. Espalhe amor aos quatro ventos. Já existem demasiadas pessoas a espalharem ódio e divisão neste mundo. Vivemos uma crise de falta de amor e de solidariedade sem precedentes na nossa sociedade.

Assim,  se apostar em SER MAIS ao invès de TER MAIS, alcançará uma vida imperfeitamente perfeita! Será imperfeita porque terá crises e altos e baixos. E será perfeita porque estará mais sábio e mais preparado para a viver.

Haverá tantas formas de termos uma existência com mais significado e propósito quantos seres humanos há neste planeta!

Hoje venho apenas partilhar algumas perspectivas que me tocam especialmente, pois foram um divisor de águas para mim. Alteraram a minha perspectiva de vida totalmente... e auxiliaram-me a alcançar uma existência mais plena. Um caminho a seguir... um fio condutor.

Como estamos no inicio de um novo ano é normal reflectirmos sobre o tipo de vida que queremos viver.

Ora aqui estão as minhas 6 reflexões que espero poderem ser-vos úteis e que quero levar comigo neste 2021 que se avizinha desafiante:

1.º Aceite as adversidades, os desafios e encare a realidade tal qual ela é... e não como gostaría que fosse! 

Por outras palavras: não resista à realidade! Óbviamente, que não estou a incentivá-lo a compatuar e aceitar tudo e mais alguma coisa, porém, a bem da sua sanidade entenda que há circunstâncias e pessoas que temos de aceitar como são! Pois quanto mais lhes resistirmos ou negarmos ou tentarmos mudar... mais "as alimentamos".

Não crie expectativas, crie antes  metas e objectivos (junção de sonho e de realidade). Todos os anos crie as suas metas para esse ano. Seja realista (não faça como eu fiz no meu primeiro vision board que criei metas tão vastas que levaram 2 anos a executar! ).

Eu espero que no futuro a humanidade seja mais fraterna, consciente e evoluída. Ainda não estamos lá... Não seja ingénuo.

Mude o que pode ser mudado e aceite o que não pode ser mudado, e tenha o bom discernimento de saber diferenciar uma coisa da outra.

2.ª Eu simplesmente lhe digo assim... Relaxeeeeeeee! Não leve a vida tão a sério! Não se leve a si mesmo e aos outros tão a sério! Nem a vida que tem, nem os seus problemas, nem o covid, a vacina...

Repito: relaxeeee! Pare! Respire fundo! Está tudo ok! Você está ok!

A vida também é para ser usufruida e disfrutada. Solte-se um pouco dos seus medos, inseguranças e pessimismos.

Atenção, não estou a apelar à frivolidade ou irresponsabilidade, estou apenas a sugerir que veja a vida com mais leveza, alegria e bom-humor. 

3.º Uma coisa é o sonho. Outra coisa é a realidade. Os sonhos são tão importantes na nossa vida porque impulsionam-nos a agir, a transcendermo-nos, a aprendermos, a falharmos... e a sermos bem-sucedidos.

Sonhe hoje, amanhã e depois! O sonho comanda a vida!

Nos nossos sonhos não há limites, sobretudo se for criativo! Evite é comprar expectativas (que é esperar ardentemente apenas um determinado resultado sem flexibilidade e depois amuar se o universo não lhe der o que quer).

É no equilibrio entre o sonho e a realidade que devemos construir a nossa vida.

4. º Não tem mal ter um ideal, o problema é quando esse ideal serve de combustível para alimentar as nossas expectativas. Pois, quando temos expectativas tornamo-nos rígidos na tentativa de encaixar tudo na nossa vida. Se algumas coisas não encaixam nesse ideal, ficamos frustrados, revoltamo-nos, vitimiza-mo-nos, perdemos a autoconfiança e o amor próprio e caímos na armadilha de tentarmos ensinar ou tentarmos mudar os outros. É sempre mais cómodo olharmos para fora do que para dentro, não é?

4. Ame-se. Ame-se. Ame-se. Você é o seu maior amor nesta vida! Só você estará consigo mesmo toda a sua existência. Respeite-se. Cuide-se. Aceite-se. Valorize-se!

Não estou a apelar ao amor-próprio sem limites, ou seja, o amor egóico ou narcísico. Falo antes de manter um bom relacionamento consigo mesmo. Com a sua criança interna. Saber dizer NÃO ou saber  definir os seus limites. Respeitar-se. Respeitar os outros.

5. Lembre-se que por vezes recebemos bençãos disfarçadas de "coisas negativas" e de qualquer modo continuaremos a ter sempre os desafios necessários à nossa evolução.

Nunca lhe ocorreu uma situação que avaliou de negativa depois trazer-lhe coisas positivas? E o inverso também já lhe aconteceu?

As coisas são como são!!!! O que muda substâncialmente é VOCÊ MESMO. Ao mudar você mesmo, muda a forma como se relaciona com tudo. Por acréscimo ao fato de ter outra vibração, o seu exterior vai ajustar-se (não por golpe de magia) mas sim por sintonia.

Por vezes também, recebemos aquilo que desejamos mas de uma forma um pouco diferente do que imaginávamos... E isso é motivo para nos sentirmos na mesma gratos.

6. Seja uma pessoa grata. Não tome nada por certo. E agradeça todos os dias o que de positivo tem na sua vida. Faça-o com o coração. Mais bençãos surgirão na sua vida.

 

Objetivos, resoluções e intenções

EU SOU EU SOU, 06.01.21

 

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Os objetivos são específicos e finitos. Se forem bem definidos segundo os parametros SMART (falarei acerca disso num próximo post), conseguimos identificar bem quando os atingimos. Por exemplo: perder 10 quilos. Aqui tenho de definir o comportamento esperado (perder peso), quais as condições de realização (hábitos alimentares, exercício, beber água...) e o critério de sucesso (10 quilos).

Já uma resolução é uma decisão de mudança - mudar algo na nossa vida. Deve ter um carácter permanente na nossa vida. Por exemplo: ter mais equilibrio entre vida pessoal e trabalho, dedicar mais tempo à família, investir mais na minha aprendizagem, cuidar mais da minha aparência.

No exemplo dado de perder peso, é preferível tomar a resolução de adotar um estilo de vida mais saudável e perder algum peso do que criar muita pressão num determinado peso a alcançar e depois desanimar se sentir dificuldades em obter os resultados desejados.

Porquê que é importante distinguir ambos: objetivos e resoluções? 

Na passagem de ano é comum as pessoas reflectirem sobre o ano que passou e definirem objetivos e resoluções para o ano que entra. Também é comum as pessoas definirem imensas resoluções e objetivos (12 ou mais) e confundirem estes dois termos... Menos é mais! Seja mais realista e menos ambicioso!

Logo, acontece que a pessoa começa o ano cheia de intenções (sonhos e desejos)... A maioria das quais cai por terra! Ficam esquecidos uns e noutros a pessoa desiste... 

Isto acontece porque tem dificuldades em operacionalizar as suas intenções e resoluções. 

A melhor sugestão que vos posso apresentar é a de perguntarem a vocês próprios três vezes PORQUÊ a cada objetivo ou resolução.

Exemplo:

Quero perder peso.

Porquê?

Porque não me sinto bem.

Porquê?

Porque não me sinto bem com a minha imagem e com a minha saúde.

Porquê?

Porque quero viver mais e com qualidade.

Esta reflexão auxilia-nos a comprometermo-nos com o objetivo pretendido e a passarmos à fase seguinte: o planeamento. Sem plano de ação as ideias não saem da nossa cabeça para o mundo da concretização.

Agora a melhor forma de instituirmos hábitos é começar por pequenos passos. Isto aplica-se às resoluções -  Por exemplo, se quer perder peso, comece por decidir se vai começar pela alimentação ou exercício físico. E se optar pela alimentação, pode começar por apenas reduzir o consumo de açucares, ou o número de snacks e petiscos entre refeições ou por fazer uma refeição mais ligeira ao jantar. Comece apenas por UMA e depois pode ir avançando.

Procure depois criar um plano de ação definido para criar um maior foco. Em vez de criar objectivos anuais e assim cair na dispersão de muitas áreas, defina antes metas trimestrais e com apenas dois ou três objetivos (defina prioridades- o que é mais importante para si).

Celebre a conquista dos seus objectivos e metas! SEMPRE! Isso vai dar-lhe maior motivação para continuar a evoluir.

 

Para descerrar novos horizontes: SABER

Para combater o medo e a inércia: OUSAR

Para fazer o bem: QUERER

Para vencer-se a si mesmo:CALAR O EGO

(Wagner Borges)

Ter um projeto solidário

EU SOU EU SOU, 03.01.21

ou até ter vários!

Este ano de 2021 vai requerer muita resiliência, paciência e solidaridade.

Creio que o rombo financeiro causado pela pandemia do covid 19 se vai agudizar por todo o mundo. Vai haver crise económica generalizada e instabilidade social.

Importantíssimo, saber agradecer o que se tem e saber também ser solidário com o próximo. Com quem não tem.

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Ainda não me parece que será este ano que vou conseguir abraçar um projecto social com o meu voluntariado, porque continuo a não conseguir ter a disponibilidade de tempo que isso requer...

Então coloquei-me a pensar: como poderei ser mais solidária com as outras pessoas?

Em 2020, além de ter doado roupas e sapatos que já não necessitávamos, em diversas ocasiões, também passei a recolher lixo na praias nas minhas caminhadas. Em março criei este este espaço de partilha e de reflexão para pessoas que estão interessadas na sua evolução como seres humanos e em serem mais ao invés de terem mais. E posteriormente, aprendi reflexologia para prestar apoio e bem-estar a dois elementos idosos da minha família (com o inverno tive de parar pois tem estado um frio tremendo e estar de pé ao léu não é fácil!). A solidariedade começa na família onde nos inserimos e estende-se.

Em 2021 estou a pensar manter as anteriores iniciativas e doar um montante mensal para apoio a causas ou dar a algumas pessoas directamente.

Isto ocorreu-me hoje quando entrei num supermercado e fui abordada por uma mulher com um bébé a pedir esmola. A minha primeira reação foi pensar: "Nos supermercados aparecem sempre pessoas a pedirem e a viverem de mendicidade ao invés de irem trabalhar." Mas depois quando fui pagar na caixa vi que levava duas caixas de comida para os meus cães e duas escovas de cabelo... Senti muita vergonha... Eu podia comprar bens que não eram de primeira necessidade. Eu estava numa posição em que podia ajudar alguém... Por isso, eu ajudei aquela mulher com uma pequena doação de dinheiro (podia também ter comprado algo para o bébé mas não quiz voltar a entrar no supermercado)!

Não sei se esse dinheiro será bem usado. Se será para ela, ou se irá financiar alguma rede, ou algum vício... Mas a alegria e a gratidão que vi no seu olhar encheu o meu coração! O que ela fará com o dinheiro que lhe dei, e que outras pessoas lhe deram será da responsabilidade dela.

Nem de propósito logo a seguir vi um post no facebook de uma das minhas amigas do biscuit (faço biscuit desde 2008 e tenho muitas pessoas de várias nacionalidades que partilham comigo esta paixão!). Ela conta que uma vez comentou num workshop que estava farta de correntes que as pessoas enviam por mensagem, e em especial havia uma que sugeria colocar 4 reais em cinco envelopes e colocar anónimamente na caixa de correio. Então uma das participantes nesse workshop contou que num momento em que passava graves dificuldades, um dia alguém deixou 4 reais na sua caixa de correio. Com esse dinheiro ela comprou massinha biscuit, fez peças que vendeu e encontrou uma vocação e uma fonte de rendimento. Ela conta que depois daquele relato, teve de rever a sua opinião acerca de doar dinheiro.

Confesso-vos uma coisa, este tipo de generosidade anónima, na qual não se espera nada em troca e se dá gratuitamente, é a minha preferida. Não tem interesses por detrás. É muito pura e virtuosa! 

Muitas pessoas fazem o chamado "bem" com interesses em contrapartidas (dinheiro, heranças, obterem admiração social, redenção divina para os seus defeitos e pecados e outras razões). Não é uma verdadeira doação pois tem subjacente algum tipo de interesse... É tipo um toma lá, dá cá!

As pessoas mais caridosas e virtuosas que conheci, são pessoas extremamente gratas pela vida que tem, e por tudo o que tem nas suas vidas. Praticam boas ações porque não sabiam fazer de modo diferente dos seus valores. Nada esperam. Nem de quem auxiliam, nem de Deus, nem de ninguém... A mera satisfação de sentirem que fizeram o que sentíam no coração lhes basta.

Gostaria de vos lançar um repto para este ano que agora principia no calendário, reflictam como poderão ser mais solidários. Será que não existe nenhuma forma de serem mais participativos na vossa comunidade e na vossa família?