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O Despertar da Mente

O Despertar da Mente

Os 4 estádios da vida...

EU SOU EU SOU, 17.08.20

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Uma das aprendizagens mais interessantes que recebi, e que tenho imensa pena de não ter conhecido antes, é o modelo dos quatro estádios de vida proposto por Kain Ramsay. Este modelo ajuda-nos a posicionarmo-nos  na etapa em que estamos no presente e a visualizar as que nos esperam no futuro, se assim o desejarmos pois somos todos especiais e únicos e não temos de querer todos a mesma coisa...  Auxilia-nos a perceber a importância de viver a vida com propósito e mobiliza-nos a agir.

Existem muitos modelos dos estadios da vida, e muitos deles tentam expressar o que se observa na prática na sociedade, mas este agrada-me especialmente e resolvi aqui partilhá-lo convosco porque é um modelo ideal e inspiracional! Não corresponde ainda ao que se observa na generalidade das pessoas... Mas poderá um dia a vir a ser assim! Já o é para muitas pessoas! E também não deve ser visto de uma forma rectilinea (da etapa 1 para 2 e assim sucessivamente) e sim dinâmica, pois podemos estar a transitar entre uma ou mais etapas...

1.ª etapa - anos de aprendizagem

Todos chegamos ao mundo puros e inocentes. Ao longo do nosso crescimento vamos aprender a ler, a escrever e a fazer contas. Também vamos aprender as normas sociais e o que é a conformização às mesmas. Muitas destas normas vão conflitar com o que desejamos e sentimos e passamos por um processo de acomodação onde incorporamos muitas crenças limitadoras do nosso potencial...

Os dias de aprendizagem não devem de terminar com o final da fase da escolarização. Com efeito, devemos de manter a aprendizagem ao longo das nossas vidas...

2.ª etapa - anos de ganhar dinheiro

Período dedicado à vida profissional: construir carreira e ganhar dinheiro. E o que é importante para si: apenas ganhar dinheiro ou fazer o que gosta?

Esta fase é muito longa e absorve os melhores anos da nossa existência... Daí a pergunta anterior...

E daí o alerta para a necessidade de equilibrar trabalho com lazer, com tempo para a família e com tempo para si mesmo e para o seu crescimento.

3.ª etapa - anos de deixar um legado

Normalmente, ao estabilizarmos a nossa vida pessoal e familiar, e tendo atingido um certo grau de maturidade, começamos a pensar em deixar um legado... Em criar meios para nos ajudarmos, ajudarmos a nossa família e a sociedade no seu todo. Falamos em algo que permaneça para além da nossa própria existência e perdure para a geração seguinte. Algo com propósito.

O que poderá ser? Um livro, bens  imóveis ou móveis, um feito desportivo, um trabalho marcante na area social como dirigente ou voluntário de um organismo já existente ou criado por si, uma comunidade on-line... Algo que não o beneficie apenas a si, e que também sirva a outros...

4.ª etapa - anos dourados

O legado não é a meta em si mesmo.  Os anos dourados não são parar.  Você observa que aquilo que criou - o seu legado - está a funcionar e a inspirar outros. Você sente-se realizado e não sente que tem assim muitas mais coisas importantes por fazer a não ser disfrutar o seu tempo de vida a fazer o que gosta no dia-a-dia e sempre a enriquecer-se com mais conhecimento e sabedoria... Que pode partilhar com outros mas já num modo relax e sem o stress de outrora.

Trata-se de fazer o que gosta, com quem gosta e quando gosta, sem pensar em rendimentos financeiros básicamente! Ser um mentor, ou como nas comunidades indigenas, os anciãos que aconselhavam os mais novos.

Repararam que propositadamente não coloquei idade cronológica nestas etapas porque cada um avança ao seu ritmo, de acordo com a sua experiência de vida e as decisões que toma. Há pessoas que chegam aos 40 com um legado e podendo usufruir dos anos dourados (caso dos desportistas e atores famosos) e há pessoas que chegam aos 60 e ainda querem desenvolver mais projectos e criar um legado! Essa dinâmica é maravilhosa e inspiracional.

E você, já pensou em que etapa está? Se calhar está em mais do que uma... Eu sei que estou!

Espero que este artigo o tenha auxiliado a pensar... Quando me familiarizei com este modelo senti um impulso muito transformador na minha vida...

E num instante... as férias foram embora!

EU SOU EU SOU, 14.08.20

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Hoje vamos falar de regresso ao trabalho após um período maior de férias... Sim, vamos falar de stress pós férias!

O primeiro dia custa sempre a passar... Assim, aqui ficam algumas sugestões para tornar o seu regresso menos doloroso:

- Evite regressar a uma segunda-feira, pois a noção de uma semana mais curta de trabalho permitirá encarar o trabalho de forma mais positiva;

- No primeiro dia procure entrar ao trabalho antes do horário habitual para evitar chegar stressado e atrasado. Faça um pequeno-almoço especial e pense em pensamentos positivos antes de ir trabalhar, tais como: "Hoje vai ser um dia espectacular!";

- Encare o dia de regresso com mais leveza. Faça pausas e alongamentos ;

- No seu primeiro dia de regresso, evite trabalhar muito intensivamente para evitar sentir-se sobrecarregado e stressado;

- Mantenha-se a par do que se passou na empresa na sua ausência mas evite as conversas de maldicência que são drenantes de energia ;

- Evite perder-se a responder aos mails todos, seleccione os mais importantes e responda a esses e os restantes vá respondendo nos dias seguintes;

- Contacte clientes e chefias e demonstre que não se esqueceu deles;

- Concentre-se no seu trabalho e evite pensar no mundo fora, as redes sociais e os seus amigos com os quais andou ocupado nas férias;

- Tentar estender a sensação de férias olhando as suas melhores memórias de férias com gratidão e levar planos para férias futuras, faz com que não custe tanto regressar ao trabalho. 

Bom regresso ao trabalho! 

As férias e a reconciliação familiar

EU SOU EU SOU, 13.08.20

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A vida impele-nos a cumprir rotinas e correrias pautadas pelos horários de trabalho. Andamos quase todos frequentemente exaustos, irritados e tristes... Nas vidas contemporâneas há pouco tempo para a auto-reflexão e para o diálogo...

Aproveite as férias para colocar a conversa em dia com os seus familiares. Para trocarem impressões, para fazerem críticas construtivas, para (re) definirem planos futuros...

Evite desperdiçar tempo nas redes sociais ou a ver TV, dado que estas actividades podem ser muito absorventes de tempo e subtrairem-lhe tempo para realizar outras tarefas mais construtivas e benéficas para si mesmo, para a sua família e a para a sociedade de um modo geral.

Não estou a dizer para nunca consultar a TV e as redes sociais. Estou é a sugerir-lhe que vá comedidamente, distribuindo o seu horário acordado com outras atividades mais construtivas e com algum convivio social. 

Conversem, conversem muito... É provável que surjam algumas discussões e divergências... Por vezes são mesmo necessárias para se introduzirem alterações que promovam o contentamento  e a harmonização dos interesses de todos... Para que se corrijam desiquilibrios.

Pena é o tempo de férias não poder ser esticado mais... Pena é haver tão pouco tempo para a família, para distribuir sorrisos e amor a quem amamos tanto...

Tenho esperança que no futuro o modo da sociedade se organizar mude e as prioridades também. Já existem indícios disso estar a começar a ocorrer...

Até lá, resta-me aproveitar o que posso e como posso. Pois nada está garantido e nada nos pertence...

 

 

As férias também servem para reflectirmos na nossa vida

EU SOU EU SOU, 12.08.20

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Para progredirmos na vida e como pessoas temos de conseguir estabelecer as nossas prioridades e identificar os problemas que temos de enfrentar e procurar resolver. Porque não reservar uma parcela do seu tempo de férias para reflectir nisso, sem o stress e a correria do dia-a-dia?

E como é que estabelece as prioridades e os problemas da sua vida?

Reflectindo! E para o auxiliar na sua reflexão procure ter um caderno ou bloco de notas por perto e uma caneta.

Apresento então algumas sugestões de perguntas que deverá procurar responder por escrito nesse caderno ou bloco. Pense o tempo que for necessário...

Que pessoas são um desafio na minha vida (pessoas que me irritam, confrontam, que eu não gosto)?

Que pessoas me trazem valor - pessoas que trazem luz e alegria à minha vida?

Que pessoas são os meus detractores (pessoas que me difamam ou desvalorizam)?

Que pessoas são uma mais valia (que me ajudam, que me aconselham, que me ouvem, que me motivam)?

Que hábitos complementam a minha vida (ler, fazer exercício, estudar continuamente, ajudar os outros)?

Que hábitos prejudicam a minha vida (tabaco, alcool, redes sociais, excesso de comida ou de doces)?

Que atitudes impulsionam a minha vida (ex. ser autodisciplinada, ser empática, ser responsável e trabalhadora)?

Que atitudes limitam a minha vida (ex. querer ser aprovada e que gostem de mim, querer ter a razão, excesso de controlo, demasiada reatividade, dificuldades de confiar, dificuldades de gerir a raiva)?

Que actividades complementam a minha vida (ter um hobbie, passear...)?

Que actividades atrasam a minha vida (acordar mais tarde e chegar tarde ao trabalho, dispersar-me em atividades secundárias e perder de vista a actividade mais importante...)?

Depois de responder a estas questões, pense em formas criativas de resolver os seus problemas (relacionamentos problemáticos com algumas pessoas, hábitos indesejáveis, comportamentos negativos) e coloque-se em ação de uma forma comprometida e responsável.

Será que no seu pensamento e sentimento está a priorizar aquilo que é positivo na sua vida e as pessoas que o auxiliam ou vive consumido a pensar nas pessoas que o difamam? Se se deixa dominar pelos sentimentos negativos para com essas pessoas está a abdicar do seu poder pessoal- é uma escolha que está a fazer e da qual é inteiramente responsável. Porque vive obsecado por quem não gosta?

Se certas acções que teve no passado não lhe trouxeram grandes resultados, experimente outras! Não há soluções mágicas que resolvam os seus problemas de um  dia para outro! Por isso, prepare-se para ser resiliente. E vá reavaliando e reajustando.

Nós viciamo-nos a pensar e a agir de determinada forma, por isso, não é fácil mudar. Mas mudar é possível! Quando falamos de mudar, falamos de estratégias e de decisões. Não estamos a falar de se reprimir e deixar de ser quem é.

Porém, se estava a reagir de forma desiquilibrada terá de aprender a ser diferente, a controlar as suas emoções, a focar aquilo que é prioritário e construtivo na sua vida. Se optar por focar o que é negativo receberá mais negativismo.

 

 

 

Usufruir as férias... covidianas!

EU SOU EU SOU, 11.08.20

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Na imagem : Fragas de S. Simão - Figueiró dos Vinhos

Todos os anos experimento um stress decorrente de ter entrado em férias!  A sérioooo! Como são poucos dias (este ano são apenas 19 dias) eu tenho imensos planos: idas à praia, leituras, cursos, passeios, limpezas e arrumações, reuniões com pessoas... Enfim, parece-me sempre que o tempo é escasso para tantas coisas! Que tenho de andar rápido se quero fazer aquilo que eu entendo por "gozar as férias"!

Este meu stress acaba por afectar aqui o pessoal em casa, que já sabe da minha ânsia e repetem: "Tem calma!".

O facto do tempo não estar a ajudar, ou seja, de não estarmos a viver um verão mas sim um outono neste agosto de 2020, não estava a ajudar a minha já pré-existente tendência para stressar...

Por vezes confesso que me esqueço que as férias foram feitas para uma coisa importante: descansar e relaxar! Certo?! Já cheguei a terminar as férias mais cansada do que quando as iniciei!

O meu marido tem umas férias mais prolongadas do que eu, por isso, ele "desperdiça" dias em que não se ocupa com nada de muito especial. Mas eu não! Eu ando numa "cruzada" para criar memórias que me acompanhem ao longo do ano de trabalho que se segue... e dos outros anos também!

Isto pode ser um bocado cansativo! Será que algum de vós, caros leitores, se revê nas minhas palavras e conseguem entender-me?

Este ano de férias covidianas, eu vim especialmente cansada... Cansada por ter de trabalhar muitos dias de máscara (um cansaço adicional), cansada porque nunca parei de trabalhar (trabalhei em teletrabalho e ía ao trabalho em regime presencial rotativamente), cansada porque estamos a viver uma pandemia e não conseguimos viver despreocupadamente como antes... Embora veja muita gente por aí na maior!

Então este ano decidi descansar e relaxar... finalmente! E fazer uns passeios ocasionais na região centro - não mais do que hora e meia de caminho para poder regressar a casa e dormir em segurança e relax.

Hoje preparei comida rápida para picnic, águas, frutas, enchemos o depósito de gasolina e lá fomos passear nos limites do nosso distrito de Leiria. Temperatura agradável de 27 graus, paisagens lindas por caminhos tortuosos e lá andámos a criar recordações para a posteridade.

Melhor opção que ficar em casa a reclamar  do tempo...

Amanhã, sou capaz de ficar por casa a descansar... Mas confesso que  só consigo apreciar essa vida reclusa e caseira uns dias... Depois tenho mesmo a necessidade de sair, de arejar e de apanhar ar puro! E este ano... Ainda mais! Estivemos reclusos 3 meses... temos de usar máscara para aqui e para ali!

Uma das decisões que me orgulha este anos foi a de a partir de maio ter iniciado as minhas idas à praia para caminhada ou para fazer praia e tomar banho, pois já temia que este verão em agosto seria com tempo instável!

Assim... já tenho outro passeio que gostava de realizar!

 

 

 

Fazer férias em tempos covidianos no Oeste...

EU SOU EU SOU, 10.08.20

 

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Quem conhece a zona Oeste de Portugal sabe bem como os verões são temperados, frescos e corridos a ventanias!

Porém, nós residentes nesta zona  já sabíamos que as manhãs eram inverno ou outono mas que a partir do meio-dia começava o verão.

Porém, neste agosto de 2020 não tem havido disso... O verão pode vir ao meio-dia, ou de manhã ou de tarde... Ou nem vir nesse dia!

Tal como este ano de 2020, o verão em terras do Oeste está imprevisível e acima do que   estamos habituados!

Então como ter umas férias que nos criem memórias e tragam satisfação?

- Colocar as leituras em dia. 

- Aproveitar para rever amigos.

- Fazer passeios por perto - que não impliquem viagens superiores a 1 h e meia de viagem - e temos sorte pois o nosso país é lindo e cheio de coisas bonitas para se descobrir;

- Experimentar receitas novas.

- Ver filmes novos e rever outros antigos.

- Aproveitar os tempos em família. Colocar a conversa em dia.

- Aproveitar para dormir e descansar. Repor energias.

Umas boas férias não tem de ser passadas no estrangeiro, num sítio exótico...   Umas boas férias são aquelas que passamos com quem amamos, com saúde e boa  disposição.

 

Não desistir!

EU SOU EU SOU, 07.08.20

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Quando desistir?

Quando não desistir?

Devemos desistir de competir, de tentar ter razão, de tentar agradar e de tentar provar que somos bons o suficiente.

Não desistir de si mesmo. Não desistir dos desejos de alma. Não desistir de tentar ser melhor, não porque algo esteja mal consigo, mas porque não é obra acabada e tem em si potencial para ser melhor do que é.

E de que forma isto se reflecte nos nossos relacionamentos?

Só conseguiremos construir melhores relacionamentos se formos bem sucedidos no mais importante relacionamento de todos... O relacionamento connosco mesmos!

Como se costuma dizer : se não se sente bem consigo proprio, não se sentirá bem com mais ninguém!

Se não se aceita, se não gosta de si, se não se respeita, se não se valoriza, se não se cuida... Irá falhar nos seus relacionamentos porque ninguém dá aquilo que não tem! 

 

A aceitação incondicional como base dos relacionamentos

EU SOU EU SOU, 06.08.20

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A aceitação incondicional é um exercício de amor para com os outros

Começar do zero o nosso relacionamento com o outro, a partir da aceitação incondicional, é um exercício de respeito para com o valor intrínseco do ser humano. Estar mergulhado num relacionamento cuja continuidade depende dos nossos pedidos serem cumpridos ou não pode ser desgastante e muito frustrante. Claro que não estamos a falar de aceitar incondicionalmente comportamentos que prejudicam a nossa própria saúde emocional e física. O respeito é uma condição básica para qualquer relacionamento.

Aceitar uma pessoa querida sem condições é gostar da sua essência sem desejar mudá-la a qualquer custo. É ter um olhar amável para aquilo que não gostamos tanto. Aceitar sem condições não implica obrigarmos-nos a gostar das suas peculiaridades, porque temos o direito de não gostar de certos aspectos das outras pessoas. Mas podemos respeitá-los e entendê-los como parte de um todo, mais ou menos lógico, que representa a outra pessoa.

Se eu consigo estar à vontade com a essência que me define, com as minhas luzes e as minhas sombras, com as minhas infinitas nuances, com todas as minhas cores… Se eu consigo apreciar e respeitar todo este conjunto de experiências interiores, sentimentos, sensações, pensamentos e atitudes, com toda segurança, sentirei -me mais mentalmente sadio e as minhas atitudes sempre terão valor.

Se eu aceito-me se e gosto de mim como sou – não apenas se cumpro com as condições que eu me imponho – poderei olhar o outro a partir deste amável prisma e aceitá-lo como o ser completo que representa.

Se o olho a partir desta confiança de aceitá-lo pelo que ele é, sentirá-se-à mais compreendido e menos inibido para ser ele mesmo. 

Uma das bases do relacionamento - a confiança

EU SOU EU SOU, 05.08.20

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Sem confiança não há relacionamento. Sem confiança não há entrega. A confiança é o cimento que alicerça o relacionamento humano, abrindo o caminho para o envolvimento e crescimento emocional.

Sem confiança caímos naquilo que falámos no post anterior: Tolerar ou suportar alguém.

Há imensos supostos relacionamentos que são mantidos puramente por interesses mas onde não existe nem confiança nem amor.

L. é casada há mais de 50 anos com N.. Mantem uma relação conflituosa sem amor e onde a falta de respeito é "prato do dia". L. gosta da rotina de casa e N. gosta de saír e de conviver.

L. escolheu o papel de vítima e queixa-se a todos apreciando o apoio que recebe. Vinga-se ridicularizando-o. Vive uma vida sem alegria e sem autorealização.

N. teve um percurso de álcool, infidelidade, jogo e mesmo com mais de 75 anos, doente e envelhecido contínua a sair com os amigos e a "beber uns copos" o que prejudica a sua saúde já que toma medicação. Isso deixa L. em ponto de rebuçado... Trocam palavras e rápidamente a conversa escala e vem "o teatro de gritaria e de falta de respeito", onde ambos são participantes activos.

L. teve inúmeras oportunidades para se separar dele. Uma história repleta de humilhações, traições, decepções, abandono emocional, maus tratos verbais, psicológicos... Porém, o medo do que os outros pensam a travou... Isso e saber que ele seria - nas suas palavras - "um desgraçado" e não gostaria de ver o pai dos filhos a viver como um indigente. Outro motivo: a falta de recursos económicos. Então escolheu tolerá-lo e suportá-lo. E ao fazê-lo refugiou-se no papel de vítima e vive permanentemente deprimida e ansiosa tomando calmantes, medicamentos para dormir e para o coração. 

L. abdicou do seu direito à felicidade, a uma vida mais tranquila por medo ao que os outros pensam e também por se sentir responsável por outra pessoa que está emocionalmente indisponível para ela. A tal da crença que irá conseguir mudá-lo, que a idade o irá acalmar - uma busca quixotiana... Não porque o ame, mas para que ele não lhe desse tanto trabalho e a "deixasse" em paz.

A persistência tem limites e as pessoas só nos fazem aquilo que nós permitimos.

Por vezes temos de mesmo de desistir de algumas pessoas que não nos acrescem, que nos machucam e nas quais não confiamos...

 

Optar pela conexão ou pela desconexão nos relacionamentos

EU SOU EU SOU, 04.08.20

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Num relacionamento amoroso ou de amizade, opte sempre pela conexão com o outro. Optar pela conexão não é contar tudo no primeiro encontro, não é entrar na relação de olhos fechados... Uma relação constrói-se com o TEMPO, com esperança, entrega e confiança. O diálogo constante e a observação das palavras e ações do outro fornecem muita informação que nos permitem tirar conclusões se vamos ou não confiar nesse alguém.

Todos os dias fazemos opções de conexão ou de desconexão com as outras pessoas. Há pessoas que escolhemos ter nas nossas vidas e outras que optamos por não ter...

Há outras ainda que temos de suportar nas nossas vidas por imposições familiares ou profissionais. É impossível gostar de toda a gente e é igualmente impossível que todos gostem de nós. Porém, tolerar ou suportar alguém não é nunca uma forma de verdadeira conexão. Se suporta alguém está a realizar um esforço... Não existe aceitação incondicional, e logo a coisa não flui e estará numa atitude de defensiva!

A aceitação incondicional a par com a confiança são elementos fundamentais num relacionamento com conexão. Pode experimentar aceitar incondicionalmente alguém que não gosta! Esse tipo de aceitação não implica que irá nutrir por essa pessoa sentimentos de amor e de confiança, ou criar uma relação mais íntima e próxima. Significa apenas que irá desistir de a tentar mudar ou de fazer essa pessoa entender o seu ponto de vista, e significa que irá parar de alimentar sentimentos de mágoa e de raiva. Ao fazê-lo liberta-se de sentimentos negativos. 

Vivemos numa época movida por interesses e as pessoas quando escolhem outras pessoas fazem-no pensando nos seus próprios interesses e não tem os interesses da outra pessoa ou do próprio relacionamento em consideração. É uma pena... e reflecte-se no número de divórcios e na solidão vivenciada por tantas pessoas.

Apesar de todos termos comportamentos de conexão e de desconexão, há pessoas predominantemente de conexão e outras de desconexão.

Confesso que nunca tinha pensado nestes termos até ter frequentado uma ação de formação, e posteriormente, ter lido acerca disto. Tem-me sido útil para balizar os meus relacionamentos e espero que o sejam também para si, caro leitor ou leitora.

As pessoas que optam pela conexão procuram compreender. São empáticas, apreciam a paz e a serenidade acima da necessidade de se afirmarem ou de terem a razão. Fazem um esforço genuíno de ouvirem os outros, de estarem do lado da solução e não do problema, aceitam outras opiniões e contributos mesmo que diferentes do seu ponto de vista. Óbviamente, também tem defeitos mas o seu mote é construtivo e edificante.

As pessoas que pugnam pela desconexão normalmente estão sempre em tensão com os outros avaliando, julgando e comparando - movem-se numa lógica competitiva. Lutam pelo poder pois querem " ter a razão". Tem dificuldades em ouvirem os outros e a pensarem fora do seu campo de interesses. Ao serem inflexíveis, negam a si mesmas inúmeras oportunidades de crescimento e de aprendizagem.

Apesar de considerar que não devemos de classificar as pessoas de boas ou de más, porque ninguém é 100% boa ou má, reconheço sentir dificuldades de relacionamento com pessoas do segundo tipo por considerar que são muito tóxicas.

Actualmente, não perco muito tempo com pessoas tóxicas. Mas nem sempre foi assim... Encontrei imensas pessoas na minha trajectória de vida que pugnam pela desconexão... e deixei-me muitas vezes subjugar por elas devido a inseguranças pessoais e também por possuir uma crença quixotiana de que as conseguiria mudar.

Não funciona assim! Ninguém muda ninguém e a verdadeira mudança tem de ser interna! Simplesmente, temos de aceitar que há pessoas que nunca vão mudar, porque simplesmente não querem! 

Caro leitor ou leitora, esqueça um pouco os outros e pense agora em si mesmo/a.

Que tipo de vida gostaria de viver?

Que tipo de relacionamentos quer manter?

Que tipo de pessoas quer presente na sua vida pessoal e social?

Que tipo de pessoas não se coadunam com a sua forma de ser e de estar na vida?

Assim que eu desisti de mudar, agradar ou salvar estas pessoas tóxicas...elas passaram a estarem muito menos presentes na minha vida.

De vez em quando espreitam, como que a testarem-me, mas eu já não sou a mesma! Se querem relacionar-se comigo tem de mostrar serem dignos da minha confiança... E olhem, que não será fácil pois não estou para aturar "birras", amuos e desrespeitos!

Ide! Levai os vossos dramas e jogos mentais para outra banda!