O direito de me sentir mal!
Até hoje, procurei partilhar publicações com teor positivo e esperançoso aqui neste espaço. Fi-lo intencionamente, em virtude de achar que o presente contexto nacional e mundial deixa-nos muito preocupados e ansiosos e será importante pensar e reflectir em assuntos que nos tragam ânimo, entusiámo e coragem para enfrentar os desafios actuais e futuros.
Tal não significa porém, que não tenhamos o direito de nos sentirmos tristes, apáticos, stressados, ansiosos... Temos todo o direito de nos sentirmos assim... Permita-se sentir-se assim, se esse tipo de emoções espreita, pois será sempre mais saudável para a sua mente ir libertando os seus sentimentos do que os reprimir ou disfarçar sob a capa do falso positivismo.
Somos humanos. temos o direito de ter momentos ou até um dia mais díficil... Tente é estar atento de modo a não permitir que esse sentimento se arraste por diversos dias, semanas, ou meses arrastando-o para uma depressão ou para a ansiedade...
Como já referi num post anterior, quando se sentir assim... esquisito, busque identificar que sentimento é e depois trabalhe para se elevar acima dele. Você é muito mais do aquilo que sente, mas aquilo que sente não dá para controlar, só dá para gerir.
Imagine uma régua, como aquelas que usava na escola. Cada sentimento tem uma vibração. Os sentimentos negativos tem baixa vibração (a metade inicial da régua - a partir do 0) e os sentimentos positivos tem elevada vibração (a outra metade da régua).
Cada sentimento tem um verso e reverso como uma moeda.
Porquê que é tão importante identificar o que sente em concreto?
Porque existem técnicas que nos podem auxiliar a elevar os nossos sentimentos e só resultam dentro da mesma escala. Eu explico: se eu estiver a sentir medo será mais eficaz se eu o verbalizar e se a seguir fizer algo corajoso (enfrentar o medo) do que se for pedir perdão a um amigo com o qual tive uma discussão. O perdão é a forma de passar da raiva à paz. E a verbalização do medo é a forma de o libertar.
Não dá para misturar, entende?
O problema é que não nos ensinaram a ser autoconscientes. Nem em casa e nem na escola. Sob esse ponto de vista, o ser humano é uma criança e tem muito a aprender.
Temos dificuldade em admitir que não nos estamos a sentir bem. Temos a necessidade de demonstrar aos outros que somos valentes. Reprimimos emoções. Ninguém nos ensinou a geri-las.
Há dias na TV um psiquiatra disse uma coisa deliciosa referente ao actual contexto da pandemia do covid 19: em nossa casa e na nossa família devemos ser sinceros e confessar as nossas angustias e preocupações. Com essa atitude, criamos abertura para que os restantes elementos da nossa família próxima também se expressem. Isso estreita laços. Com as pessoas de fora, especialmente os idosos, devemos ter uma palavra encorajadora. Evitarmos um discurso negativo, no meio da tremenda negatividade que nos chega diáriamente pela TV e redes sociais.
Hoje tive um dia mais difícil... e está tudo bem... Isto também irá passar...
Amanhã, será um novo dia, um novo amanhecer...