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O Despertar da Mente

O Despertar da Mente

Semeie a semente...

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Ninguém inicia um processo de mudança, ou de desenvolvimento ou de transformação pessoal se não se sentir profundamente cansado e frustrado consigo mesmo e com a vida que leva e com os resultados que obtém. Richard Bandler chamou a isto de ponto BASTA. O nome diz tudo. É aquele ponto em que você está "fartinho da silva" e está finalmente preparado para enfrentar a vida, começando dentro de si mesmo e não fora. Um novo paradigma! Já que a maioria dos seres humanos vive obsecado com o que se passa fora de si. É assim que nos educam: a comparar-mo-nos, a competir, a definir metas que os outros querem para nós (mas que não nos pertecem de verdade), a correr sem parar!

É necessário uma boa dose de coragem para viajar ao interior de si mesmo. É doloroso. Eu pensava que a dor seria a de descobrir mais defeitos, falhanços e incapacidades pessoais. Naquela lógica de algo se deve de passar comigo, que estou "partida" (broken) ou que devo ter algum problema.

Afinal, a dor é a de descobrir que perdi imenso tempo a pensar assim dessa forma auto-depreciativa e reactiva... Que passei um "tempão" a sobreviver ao invés de viver, e a adiar-me uma e outra vez!  E o tempo passou, os anos passaram e parece que a vida evoluiu de forma circular... E evoluiu mesmo!

O que a minha viagem de autoconhecimento e desenvolvimento pessoal me trouxe, foi algo inesperado! Foi a descoberta de que sou um ser único e especial. Que tenho talentos ilimitados! Que em mim moram sonhos e metas que eu conscientemente já nem me lembrava... Muitas abandonei no final da minha adolescência. Que posso realizar esses projectos se me colocar em ação com disciplina, foco e muita determinação. Que nunca é tarde demais. Só se eu decidir pensar que é tarde demais.

Tudo isto que eu já tinha dentro de mim, não tinha era consciência disso. A surpresa é descobrir qualidades, competências, valores e princípios.

Claro que também me confrontei com aspectos menos positivos da minha personalidade. E não tem problema! Há que ser responsável e ter a humildade de aceitar criticas construtivas relativamente a pontos que devemos melhorar. E depois trabalhar para efectivamente melhorá-los.

O aspecto que mais me emponderou, foi ter tomado a consciência de que ninguém me fez nada que eu não tivesse permitido. Isto foi mesmo mind blowing. Como assim?!!!

Tomei consciência que permiti muita coisa negativa ao dar muita importância a certos eventos ou pessoas - o exterior. Deixei que isso condicionasse o meu pensamento e a minha actuação. Permiti quando escolhi focar o que me desagradava face ao que me agradava. Também silênciei-me quando deveria ter falado, e falei quando deveria ter estado silenciada.

Há pessoas que tem experiências de vida tão piores que a minha e tiveram a capacidade de construirem uma vida para elas próprias cheias de significado - já vimos aqui a biografia de Louise Hay, por exemplo. Logo, a vida que levamos é reflexo do que escolhemos ser e não daquilo que nos acontece. Temos assim uma escolha inconsciente a fazer: vitimas ou autores da própria vida.

Todas as pessoas interessadas por esta área, quando a iniciam, pensam adquirir um conjunto de ferramentas que lhes permita mudar os outros ou mudar o mundo.

A primeira descoberta que fazem é que deverão ser o seu primeiro próprio cliente, e essas ferramentas tão boas, deverão ser usadas em primeiro lugar para a sua própria autoexploração e mudança. E depois, que o único mundo que podem verdadeiramente mudar - é o seu mundo interior! Se o conseguirem, tudo mudará!

A segunda descoberta, relaciona-se com o que falei logo no início deste texto, só é possível auxiliar quem está aberto a receber essa ajuda. Não há mudanças impostas, por muito boa intenção que tenha. Exactamente, por muita capacidade de argumentação e conhecimentos que tenha ninguém muda assim...

As pessoas mais recetivas são pessoas que estão nesse ponto BASTA e  querem sair dele, mas não sabem muito bem como o fazer.

Aí, plante a semente!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Perguntar... ofende?!

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Há pouco tempo dei comigo a reflectir sobre isto...

Sim, perguntar pode ofender, se a pergunta for desrespeitosa e cretina. Aliás, muitas pessoas usam esta expressão, para lançarem perguntas desconcertantes, incómodas e ofensivas. Vemos isso diáriamente nos orgãos de comunicação social e também nos nossos círculos de relacionamento...

Não obstante, responder a uma qualquer questão exige sempre um esforço, uma autorreflexão e algum grau de responsabilidade por aquilo que se diz. Por isso, a maioria das pessoas prefere fazer perguntas do que responder a perguntas...

E porque exige reflexão, perguntar pode ter a sua utilidade... Tem uma função de clarificação ou de esclarecimento de algum mal-entendido ou de uma dúvida podendo ser um precioso auxiliar no acto comunicacional, desbloqueando tensões, mal-entendidos e relacionamentos. Ao comunicarmos necessitamos  inevitávelmente de perguntar. De outro modo tentaríamos (ainda mais) adivinhar o que outro pensa, sente ou quer apenas pela sua linguagem não verbal.

Questionar estímula o conhecimento e o progresso, através da exposição de dúvidas.

Em última instância, perguntar favorece o autoconhecimento. Melhor do que apresentar teorias, dar conselhos, dar opiniões ou apresentar frases-feitas, é perguntar.

Lance algumas perguntas que levem à tal autoreflexão, para que a própria pessoa encontre as respostas. Tem outro impacto e tem outra relevância, asseguro.

Ao longo da minha vida deparei-me com a resistência de muitas pessoas às perguntas! A primeira vez em que isso foi notório para mim foi numa viagem à Tunísia, há 25 anos em que o guia se virou para mim e me disse que eu fazia muitas perguntas  e se estivesse na vizinha Argélia ( fez o gesto de que o meu pescoço seria cortado). Atenção que as minhas perguntas eram apenas acerca da histórias, hábitos e tradições locais, numa tentativa de recolha de informação - sou socióloga. Perguntei a várias colegas se tinha ido longe demais, mas elas tranquilizaram-me que não. Apenas era "mulher" e as mulheres locais eram muito silenciosas. Percebi que nas sociedades patriarcais árabes as mulheres falam pouco e perguntam ainda menos.

Depois, ao longo da minha vida, deparei-me com pessoas que reagem mal às minhas mais banais perguntas começando a discutir comigo sobre banalidades. Percebi que quando a mente da pessoa está "envenenada" qualquer pergunta soa a provocação...

Durante muitos anos tive muitas perguntas que viveram dentro de mim. Procurei responder a elas estudando. Lendo. Observando. Porém, aprendi que evoluo mais se as partilhar com outras pessoas e se receber os seus insights.entenda-importante-perguntas-chefe-noticias.jpg

 

Assim, vimos que realmente há perguntas que podem ofender e serem desrespeitosas. Vimos também que se a mente da pessoa estiver cheia de negativismo, de raiva ou de desconfiança, qualquer pergunta será mal recebida. E que partilhar questões é um processo muito enriquecedor.

Perguntar pode ser mais interessante que obter as respostas, já que qualquer resposta será sempre limitada...

 

Cansado de competir?

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Na sequência do post de ontem volto ao tema da competição...

Creio sinceramente que a crise de saúde e também económica causada pela pandemia do covid 19 obrigará a uma mudança generalizada em direção a uma sociedade mais solidária e cooperante, do que competitiva.

Individualmente creio que a generalidade das pessoas evidenciava um cansaço e falta de realização pessoal, que traduzia um cansaço mais amplo de um neoliberalismo exarcebado, onde as pessoas eram demasiadamente materialistas e robotizadas.

O modelo neoliberal que tem servido de base às economias globais está esgotado e não oferece respostas ou alternativas aos desafios actuais e futuros. Necessitamos de um novo modelo  económico e social de desenvolvimento...

Viviamos a realidade do neoliberalismo, da sociedade de consumo e da globalização...

O surgimento deste vírus expôs uma série de fragilidades deste modelo, sendo a mais evidente, a forma como a globalização e a circulação de passageiros pelo mundo fora favoreceu que este virus se espalhasse pelos quatro cantos do mundo. Também evidenciou como numa economia globalizada houve uma resposta individualizada país a país... Com uns a favorecerem a imunidade de grupo, outros a adoptarem medidas de isolamento social e outros num  mix. Não houve resposta concertada, nem dentro da própria União Europeia! O individualismo é um dos pilares do neoliberalismo.

O modelo neoliberal é contrário à intervenção do estado na economia e apoia as privatizações do aparelho de estado, sendo a missão do estado assegurar infraestruturas para o escoamento da produção de mercadorias e intervir um pouco mais apenas em alturas de crise. Na senda disto, a maioria dos estados desinvestiu na educação e na saúde, onde nos últimos anos se tem assistido a tentativas de privatização desses sectores.

Com a emergência deste problema de saúde mundial, as fragilidades dos diversos serviços de saúde dos países europeus foi testada da pior forma, evidenciando como anos de desinvestimento os tornaram impreparados para lidar com esta pandemia. Do lado dos EUA, com um serviço de saúde privatizado, cujo acesso é condicionado a quem tem seguros, a mesma impreparação e incapacidade de resposta. E nos países em vias de desenvolvimento, superpopulosos e com sistemas de saúde muito frágeis, será também muito grave.

Neste momento, com a economia quase parada, as pessoas confinadas em casa e com recursos e economias familiares a esvaírem-se, como solucionar esta crise de saúde que também é económica e vai ser também social?...

Nada ficará igual... Nem nós individualmente nem colectivamente. Temos de inventar um novo modelo! Nada de saudosismos de modelos do passado que já deram provas de estarem terminados e de possuírem grandes limitações.

Precisamos de um modelo diferente de repartição da riqueza - é inadmissível que 78 % da população mundial não esteja bem nutrida, não tenha acesso a água potável, comodidades de um lar seguro, emprego, dinheiro na carteira e conta bancária.

Reinventemos uma nova sociedade! Assente na cooperação e na solidariedade e não na competição geradora de desigualdades, de conflitos e de tensões.

As instituições verticais e corporativas terão de dar lugar a instituições horizontais onde as pessoas trabalharão de acordo com os seus talentos e capacidades em prol das necessidades sociais reais e não ficcionais (como acontecia na sociedade materialista neoliberal).

Os países terão de apostar nos sectores primários e secundários, de modo a reduzirem a sua dependência externa, e a promoverem a sua autosuficiência. Deste modo criam estruturas para desafios futuros.

Não creio que seja a terceira via proposta pelo sociólogo britânico Anthony Guiddens a solução que se procura... Será algo mais profundo que isso, porque também implicará uma grande transformação do ser humano, no caminho de uma maior riqueza interior e de uma maior espiritualidade.

Será uma mudança ainda não escrita ou registada formalmente em artigos científicos, mas vislumbrada por alguns visionários...

Tenho esperança no futuro e na capacidade do ser humano se reinventar. Históricamente isso já ocorreu por diversas vezes e com algum sucesso! Porém, esta mudança vai ser mais profunda...

Tudo vai mudar e toda a mudança é desconfortável e pode ser dolorosa.

Tenhamos na nossa mente e no nosso coração, viva a chama da esperança de um amanhã melhor que o hoje.

Neste momento, é para nos afirmarmos com caracter e com coragem e responsabilidade. Devemos entender que estamos todos ligados e não podemos florescer individualmente mas sim colectivamente.

Este problema é colectivo e só se resolverá colectivamente... Afinal, somos todos UM.

 

 

 

A competição como esforço pessoal

Já antes o disse e reafirmo: você não necessita de provar nada a ninguém , nem a si mesmo. Só tem ter de ser autêntico com quem você verdadeiramente é, ou seja, desenvolvendo e aplicando os seus talentos e fazendo o seu melhor independentemente do resultado que alcançar.

Competir pode ser rivalizar ou concorrer com alguém, mas também pode ser esforçar-se para atingir os seus objectivos ou também enfrentar os desafios com determinação e motivação.

A maior parte das pessoas acha que competir é apenas rivalizar com os outros... Então, entra numa lógica de carência, acha que os recursos são exíguos e que é necessário concorrer por eles.  E então vale tudo para fazer prevalecer os seus interesses, ignorando os interesses dos outros... Este tipo de competição não é saudável. Todos perdem.

A melhor lógica de competição é a win-win ou aquela onde todos saímos a ganhar. Nesta competição há uma perspectiva integrativa de cooperação em que a posição de ambas as partes são respeitadas. Um exemplo de estratégia win-win é quando os interesses de duas partes em confronto (empresa e trabalhadores) são valorizados e integrados na estratégia de negociação laboral.

Lembre-se: se  atingir as metas a que se propõe, excelente. Se não... Pense se vale apena tentar novamente ou reavalie as suas metas... ou então crie outra meta.

Já voltaremos a este tema. Hoje venho apresentar-vos uma história que ilustra o porquê de alguns alcançarem o sucesso e outros não... Todos temos sonhos, todos temos metas, porém, perdemos imenso tempo e energia a "dar ouvidos" às opiniões alheias... Desistimos dos nossos sonhos com demasiada facilidade, às primeiras dificuldades, pois na verdade tememos não ser bem-sucedidos...

Vamos então a nossa história de hoje!

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A história do sapo surdo

Era uma vez um grupo de sapinhos que organizaram uma competição.
O objetivo era alcançar o topo de uma torre muito alta.

Uma multidão juntou-se em volta da torre para ver a corrida e animar os competidores…
A corrida começou…

Sinceramente:
Ninguém naquela multidão toda realmente acreditava que sapinhos tão pequenos pudessem chegar ao topo da torre.

Eles diziam coisas como:
"Oh, é dificil DEMAIS!!
Eles NUNCA vão chegar ao topo."
ou:
"Eles não tem nenhuma hipótese de sucesso. A torre é muito alta!"
Os sapinhos começaram a cair. Um por um, só uns poucos continuaram a subir mais e mais alto. 

A multidão continuava a gritar
"É muito difícil!!! Ninguém vai conseguir!"

Outros sapinhos cansaram-se e desistiram…
Mas UM continuou a subir, e a subir…

Este não desistia!

No final, todos os sapinhos tinham desistido de subir a torre. Com excepção do sapinho que, depois de um grande esforço, foi o único a atingir o topo!

Naturalmente, todos os outros sapinhos queriam saber como ele conseguiu!!!

Um dos sapinhos perguntou ao campeão como ele conseguiu forças para atingir o objectivo?
E o resultado foi que o sapinho campeão era SURDO!!!!

A moral da história é: Nunca dês ouvidos a pessoas com tendências negativas ou pessimistas, porque eles tiram-te os sonhos e os desejos mais maravilhosos. Aqueles que tens no coração! Lembra-te sempre do poder das palavras.

Porque tudo o que quiseres ouvir e ler irá afectar as tuas acções! Portanto sê SEMPRE: 

- POSITIVO!

E acima de tudo:
- Sê SURDO quando as pessoas dizem que TU não podes realizar os TEUS sonhos!

Pensa sempre:
Eu POSSO fazer isto!

Uma nota importante a esta história: Estar motivado e determinado a atingir um objectivo é determinante para ser bem-sucedido, porém, atenção para não ser inconsciente! Tenha uma noção realista do que é possível alcançar, das suas prioridades e também do seu impacto na sua vida familiar e social- ecologia social.

Se não ponderar e se não preparar a sua vida para isso, terá surpresas desagradáveis... Poderá até atingir o seu objectivos mas pagará um custo elevado por isso!

Devo então abdicar dos meus sonhos se estes forem incompatíveis com a minha realidade atual? Poderá fazer um compromisso. Poderá encontrar uma alternativa para se realizar (exemplo das pessoas que desempenham uma actividade paralela ou um hobbie).

Desistir só se colocará se ao reavaliar um sonho chegar à conclusão que esse sonho pertence à pessoa que foi e não há pessoa que hoje é.

 

Temos de ter uma abordagem flexível da nossa caminhada na vida.

Com paragens.

Com avanços.

Com reformulações.

 

A minha dor de barriga...

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O EGO é uma  parte da mente do ser humano que alimenta pensamentos e emoções de interesse próprio,  e nos leva a agir a favor daquilo que nos agrada e contra o que nos desagrada . Ele reune as nossas várias experiências de vida e oferece-nos um caminho a seguir.

O ponto positivo do EGO é que ele faz tudo para nos manter vivos e reune uma série de ferramentas e estratégias para resolvermos os problemas que aparecem na vida.

O ponto negativo do EGO é que ele acha sempre que nós é que temos sempre razão. Ele gosta de ter razão e de nos impelir a agir como pensamos, quer estejamos certos ou errados em relação a uma determinação situação ou contexto. Faz-nos entrar em piloto automático e a reagir reativamente ao que acontece.

Assim, o EGO tem dificuldades em ter abertura a outras perspectivas e leva-nos a repetições... Lembre-se de uma frase muito divulgada: "Mesmas reações mesmos resultados. Se quer resultados diferentes tem de procurar estratégias diferentes"...

Como não o podemos eliminar, e até necessitamos do EGO para o nosso próprio crescimento pessoal, apenas o podemos controlar através do desenvolvimento da nossa capacidade de autoavaliação. Perceba pois, que esses pensamentos ruminantes gerados pelo EGO o conduzem para o passado (depressão) ou para o futuro (ansiedade), tirando-lhe a capacidade de se focar no momento presente.

Se não se esforçar por controlar o seu pensamento, acaba por ficar escravo dele. E se você não sabe para onde vai, qualquer caminho serve...

Vou usar aqui uma metáfora: imaginemos que "viver a vida" fosse conduzir um carro. Se você fosse no banco de trás (completamente ao acaso), ao invés de ir no lugar do condutor, viveria completamente escravo desse acaso. Assim, se pretende estar no comando da sua vida, procure controlar o seu EGO, seja aberto a perspectivas diferentes da sua (pode ter acesso a perspectivas diferentes lendo, frequentando cursos, falando com pessoas que admire (mentores)), pratique a meditação, as afirmações positivas, e registe os seus pensamentos negativos mais recorrentes.

O nosso EGO leva-nos a pensar que a "nossa dor de barriga" é sempre maior que a do outro. Torna-nos egoístas e insensíveis aos outros, por isso tome muita atenção ao seu diálogo interno.

Sempre que ficar obsecado com certos pensamentos de raiva, revolta, vontade de atacar, sentimento de vitimização, irritabilidade... Você está com o seu EGO exarcebado! Isso é muito prejudicial para si porque estará conectado com energias de baixa vibração que prejudicam imenso a saúde física e mental e levam-nos a atitudes precipitadas.  Neste estado, raramente tomamos as melhores decisões... Raramente temos o discernimento para racionalizar os acontecimentos. Podemos cometer erros irreparáveis como discussões sem sentido com pessoas que amamos, agressividade verbal ou física, decisões precipitadas...

Não se iluda, uma coisa é promover a autoestima e o amor próprio, e outra é promover o EGO. Se promover o seu próprio EGO é o mesmo que achar que deve ter orgulho nos seus defeitos, e se o fizer, como é que acha que pode evoluir e expandir-se como ser humano, e construir a vida que sempre sonhou?

Vai estar sempre a repetir o mesmo de sempre... E haja paciência para nos aturarem quando entramos neste estado egóico! É como lidar com uma criança mimada!

Lembre-se: mesmo pensamento, mesmo sentimento e mesma ação, mesmo resultado!

Simples quanto isto!

Não basta compreender esta questão do EGO intelectualmente. Nós só compreendemos verdadeiramente algo quando "sentimos" que isso é verdadeiro para nós e passamos a praticar. Isto é quando nos cai a "ficha". Até lá, e por muito que leia e tenha vontade de mudar, nada muda se você não mudar intrinsecamente.

É você que tem de mudar. Ter mais humildade e atenção ao que se passa dentro de si. Não há atalhos, nem soluções mágicas, nem são os outros que o vão "resolver".

Também não são as circunstâncias... Afinal, se estiver mínimamente atento, verá pessoas em circunstâncias muito mais dificeis que você, e que são mais agradecidas e felizes com o que tem, do que você é...

O EGO adora fazer de nós umas vítimas. Vítimas dos outros, das circunstâncias... "Porquê que isto me acontece sempre?!!!" Nesse estado de tristeza e amargura, sentimo-nos impotentes e sem recursos.

E existe sempre uma alternativa, uma solução criativa... Mas só vamos aceder a ela se aceitarmos o que nos sucedeu. Assim, ao invés de analisarmos o que nos aconteceu, como e com quem, devemos analisar o como sair dessa situação. Na vida é tão importante saber aceitar o que nos acontece como ter a inteligência e a criatividade de buscar alternativas para os nossos problemas, de uma forma assertiva e respeitadora de nós próprios e dos outros...

Saber aceitar o que nos acontece não significa compatuar com ofensas e injustiças à nossa integridade. Significa conseguir estar acima do acontecimento, preservar a nossa estabilidade emocional.

Afinal, somos todos UM!

 

 

 

O bom-humor faz bem!

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Pela sua saúde, física e mental, não leve a vida tão a sério... Não se leve tão a sério!!!

Já reparou como as crianças são alegres, relaxadas e sorridentes? Elas sabem rir de si mesmas e da vida. São inocentes e puras. Gostam de brincar, de dançar, de contar histórias e anedotas. Vivem no presente. 

Enquanto crescemos e torna-mo-nos adultos, recemos muita pressão: dos pais, da família, dos amigos e vizinhos, dos professores. Todos tentam incutir-nos cultura, hábitos, normas de conduta, expectativas, uma certa noção de como viver a vida... A maioria não o faz conscientemente ou com má intenção, pois também eles foram sujeitos a este processo de culturização.

Começamos a desenvolver inseguranças... Começa a nascer em nós um sentimento de desadequação e de dúvida  acerca do nosso potencial. E chega um momento em que nós próprios nos tornamos no nosso pior carrasco...

Começamos a desenvolver um diálogo interno negativo e autodepreciativo. Comparamo-nos aos outros. Entramos em competição com os outros ou connosco próprios. Achamos que temos de provar algo... Só quem não se basta a si mesmo tem de provar algo. Se se aceitar como o ser maravilhoso, especial e único que é, não precisa de provar nada a ninguém, nem a si mesmo. Só tem de SER. Quando assimilar isto na sua vida prática vai sentir-se liberto... aliviado...

Quando criamos uma "persona" assente em tudo o que assimilámos como "o que se deve fazer para viver a vida" abdicamos do nosso poder pessoal. Uns mais... outros menos... Mas começamos a valorizar mais o que se passa fora de nós, o que os outros pensam de nós, ou aquilo que nós pensamos que os outros pensam de nós, aquilo que nos acontece, os resultados que obtemos face às expectativas, o que nos dizem...

Em suma, desconectamo-nos da nossa essência original. Ficamos num estado de carência e tentamos preencher esse vazio com disparates! Uns com alcool, tabaco ou excessos alimentares, outros com compras compulsivas, outros com pensamentos obsessivos ou com outras coisas... Só que nada disso é uma boa solução, quanto muito agrava a falta de sintonia connosco mesmos...

É que o ponto de partida está errado: partimos do principio que algo deve estar mal ou de errado connosco e que temos de nos ajustar! Que não somos bons o suficiente! 

Quando na realidade intrinsecamente já temos tudo aquilo que precisamos para viver. Somos especiais, temos recursos, somos divinos.

Por isso, apostar no crescimento e desenvolvimento pessoal é um processo de DESAPRENDIZAGEM. Há muitas coisas que assimilámos na nossa transição para a vida adulta e que temos de abandonar, como "bagagem" não necessária que só nos pesa e impede de avançar rumo a uma vida com maior contentamento, paz e espiritualidade.

De facto, neste processo de crescimento caem muitas "fichas", ou melhor dizendo, caem muitas "verdades" em que acreditámos por longos anos e que nos atormentaram e contribuiram para a nossa infelicidade.

Ao libertar-mo-nos do que já não precisamos e que não está em consonância com a pessoa em que nos tornámos, cria-se um espaço na nossa mente. Nesse espaço podem germinar novas prioridades, novos projectos, novas metas, tempo para si e para a família. Uma nova vida - renascemos!

Assim, nos bons momentos e também nos mais desafiantes, evite perder o seu bom-humor. Ter humor é conectar-se com a sua criança  interna (que apesar de muito negligenciada) ainda habita em si. É manter acesa a chama da esperança e da inocência.

 

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A paciência em tempos de covid 19

Temos vindo a falar de verdade.

A Verdade aquela que é única, intemporal e absoluta, nada tem a ver "com a sua verdade" a qual corresponde à sua forma de ver a realidade segundo as suas crenças, hábitos e valores.

A Verdade da qual falo une e não divide. Reside no interior de nós e não na nossa realidade ou circunstância de vida. Não é uma opinião expressa. Não se diz. Sente-se com o nosso coração.

Dito isto, este texto é da minha inteira responsabilidade e não se insere numa ideologia partidária ou política. Sigo o meu coração. Porém, expresso uma opinião o que fará com as palavras expressas sejam limitadas... Possam ser distorcidas e mal interpretadas.

Ao falar de paciência não resisto em mencionar o caso de Anne Frank e da sua família, refugiados num sotão em Amesterdão durante dois anos, em plena segunda guerra mundial , até serem encontrados pelos alemães e levados para um campo de concentração.

O seu relato de jovem adolescente comoveu gerações de leitores pelo mundo fora. No seu diário reflectiu acerca das personalidades e relacionamentos dos vários elementos da sua família. Aquele diário foi a "bóia" salvadora da sua sanidade mental, em tempos difíceis de isolamento. 

Recentemente, soube também  de uma sobrevivente judia que viveu dois anos num poço seco e outros três anos no gueto de Varsóvia, sem banho, subnutrida e sem afecto e proteção. Ela também é um exemplo do que é ser paciente e resiliente. 

O povo português tem sido elogiado pelo governo pela sua autodisciplina. E apesar de vermos povos menos respeitadores dos seus estados de emergência, acho que não temos sido assim tão "bem comportados"...

O nosso confinamento aqui num país ocidental e europeu, será muito mais fácil de suportar que num país não desenvolvido e super populoso da américa latina ou ásia...

Temos água, abrigo, comida, tv, internet, telemóveis e telefones...

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Na estratégia de combate ao virus existem dois caminhos: o confinamento social e paragem forçada da economia ou a estratégia de imunidade de grupo - argumento muito defendido pelos mais economicistas.

Na net vejo pessoas degladiarem-se por uma e por outra alternativas. 

Na minha opinião pessoal, no nosso país a primeira estratégia era a única possibilidade que tinhamos. Não só devido às fraquezas no nosso SNS (Serviço Nacional de Saúde) mas também porque se o caos se instalasse, não dúvido que a contestação social interna seria tremenda e seria impossível governar este país sem a confiança  do seu povo.

Sim, o nosso SNS não tinha equipamento (de proteção, ventiladores e camas, hospitais suficientes) e recursos humanos suficientes para enfrentar esta pandemia. Se calhar, ainda não tem... Logo, só diminuindo a incidência do número de casos de covid 19 se criam condições para uma resposta mais condigna. Que não é a ideal, como o sabemos.

Ah, mas isso terá custos económicos elevadíssimos!... Sim, terá... Já está a ter. Porém, com o que se passa pela europa fora e pelo mundo fora, e sendo Portugal um país mais consumidor que produtor, como não seríamos afectados económicamente? Isso era uma impossibilidade! Não somos autosuficientes em termos produtivos, mas concordo que teremos de apostar mais no sector primário e secundário, daqui para a frente.

E já que falamos de economia, sendo o turismo o sector que gera mais receitas, será que alguém consegue avaliar os custos que teria para o sector uma imagem de um Portugal com taxas elevadas de mortalidade e de infectados?

Quanto ao argumento da imunidade de grupo... Eu coloco imensas reticências neste argumento! 

Não é ético permitir o contágio generalizado de uma população sem realizar um esforço de contenção do fenómeno. E não, não me refiro a proteger apenas idosos e doentes crónicos. Morrem pessoas de várias fachas etárias porque na verdade ainda há muito que não se sabe acerca deste virus.

Quem refere os exemplos da Alemanha e dos países nórdicos esquece um pormenor importante: culturalmente somos um país do sul. Temos mais a ver com gregos, italianos, franceses e espanhóis do que com os nórdicos e alemães.

Isto não ía correr como dizem estar a correr lá nos países do norte. Não temos os recursos humanos, técnicos e os equipamentos deles. Ponto.

Sentir-se-ía bem consigo mesmo num cenário em quem vivesse vivia e quem morresse , morria? Sentia-se seguro e confiante? 

Sim, vão existir mais contágios e mortes. O que se fez foi achatar a curva de incidência. Não vamos ficar todos bem.

A não ser que se descubra uma vacina ou tratamento eficaz vamos ter de continuar a viver com esta ameaça. Ou outras que possam surgir ainda. Recordemos a trilogia guerra, peste e fome. Já temos as primeiras...

Não foi somente o nosso país que parou. O mundo parou.

Como vai ser daqui para a frente? Ninguém o sabe bem.

Uma coisa sei, seja paciente. 

O contexto actual requer paragem e reflexão individual e colectiva.

Pare e reflicta.

Seja responsável.

Por si e pelos outros.

Você não é uma ilha. As suas ações tem reflexo em todos nós.

 

 

 

 

 

 

 

 

O que é a verdade?

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Na realidade é mais fácil dizer aquilo que não é... do que defini-la. Definir algo significa restringi-lo, delimitá-lo e apreendê-lo mentalmente. A verdade é absoluta, logo indefinivel. A verdade é mistério porque não entra naquilo que estamos habituados na sociedade globalizada ocidental.

A verdade não é conhecimento. O conhecimento é limitado no espaço e no tempo - é relativo. A verdade é intemporal.

A verdade pode ser experienciada...uma experiência não é uma definição.

A verdade não pode ser dita - uma vez dita deixa de ser verdade, porque as palavras e a comunicação tem muitas limitações e são incapazes de a abranger na sua profundidade...

Por isso, o silêncio vale ouro. No silêncio e na presença do agora podemos estar conectados com a verdade.

A verdade é apreendida pelo coração e não pela mente. A mente tem demasiado ruído para a apreender: crenças, valores, hábitos, diálogo interno, cultura...

A história consiste em factos mas não é a Verdade - é sim um conjunto de factos colectados por alguém. 

Já a mitologia, as parábolas e as lendas "é um dedo a apontar para a lua", segundo Osho. A mitologia é poética pois apenas a poesia permite vislumbres do desconhecido.

Aquilo que vê à sua volta são factos mas se olhar para as coisas com um olhar meditativo deixará de ver coisas mónotonas, sem vida e aborrecidas e passará a ver como tudo é manifestação do Criador. 

A verdade remete-nos para a nossa ligação à humanidade e ao universo como um TODO.

A verdade é absoluta.

O Amor é absoluto.

A Compaixão é absoluta.

O Perdão é absoluto.

A Solidariedade desinteressada é absoluta.

A Criatividade humana é absoluta.

No presente contexto em que vivemos, precisamos de estar mais ligados à verdade. Simplesmente apostarmos mais no SER do que no TER. Foi a aposta no TER que nos terá levado ao estado actual...

Para uma nova sociedade, um novo planeta precisamos de reformular muitas coisas, desaprender muitos hábitos e teorias...

A verdade e a mentira

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Venho hoje contar-vos uma lenda judaica muito bonita acerca da verdade e da mentira.

Certa vez, a Mentira e a Verdade encontraram-se.

A Mentira, dirigindo-se à Verdade, disse-lhe:
- "Bom dia, dona Verdade!"

Zelosa do seu caráter, a Verdade, ouvindo tal saudação, foi conferir se realmente era um bom dia. Olhou para o alto, não havia nuvens de chuva; os pássaros cantavam; não havia cheiro de fumo de fogueiras no campo; tudo parecia perfeito.

Tendo-se assegurado de que realmente era um bom dia, respondeu:- "Bom dia, dona Mentira!"

- "Está muito calor hoje, não é mesmo?", disse a Mentira.

Realmente o dia estava quente. Desse modo, vendo que a mentira estava a ser sincera, começou a relaxar. Porque motivo desconfiar, se a Mentira parecia tão cordial e "verdadeira"?

Diante do calor insuportável, a Mentira, num gesto de aparente amizade, convidou a Verdade para juntas banharem-se no rio.

Como não havia mais ninguém por perto, a Mentira despiu-se de suas vestes, saltou para a  água e, dirigindo-se à Verdade, disse-lhe, insistentemente:

- "Vem, dona Verdade, a água está uma delícia, simplesmente maravilhosa."

O convite parecia irrecusável. Assim sendo, dona Verdade, sem duvidar da Mentira, despiu-se de suas vestes, saltou para a água e deu um bom mergulho.

Ao ver que a Verdade tinha mergulhado na água, rapidamente a Mentira saíu de lá, em segundos vestiu-se com as roupas da Verdade que estavam à margem e foi embora sorrateira.

Ao costatar que as suas roupas tinham sido furtadas, a Verdade saiu da água e, por sua vez - ciosa de sua reputação -, recusou-se a vestir-se com as roupas da Mentira, deixadas para trás.

Certa da sua pureza e inocência, nada tendo do que se envergonhar e não tendo outra opção que lhe fosse coerente, saiu nua para a rua.

Desde então que a mentira veste as vestes da verdade e a verdade vai núa e ninguém gosta de a encarar...

Desde então, aos olhos das pessoas, ficou mais fácil aceitar a Mentira vestida com as roupas da Verdade do que aceitar a Verdade nua e crua...

Já reparou que na história da humanidade houve muitos casos de pessoas que sofreram julgamentos, tortura e morte, apenas por terem dito a verdade?

Nada é mais revolucionário do que dizer a verdade!

Ao longo da minha vida já ouvi muitas vezes as pessoas interrogarem-se que gostariam de saber a verdade acerca de alguma coisa nas suas vidas... Eu normalmente pergunto: "Tens a certeza que queres saber a verdade?". É que a maioria das pessoas não está preparada para a verdade...

Para dizer a verdade.

Para ouvir a verdade.

Para viver em verdade... Consigo mesmo e com os outros!

O cientista que gostaria de ser uma pessoa comum

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Einstein foi um grande cientista e também um homem que fez um percurso de espiritualidade, particularmente nos seus últimos anos de vida. Era também um erudito, aperciador de música clássica e dizia ser agnóstico e não ateu, tendo uma noção de Deus próxima de Benedito de Espinoza, o maior filósofo português, o qual viveu na Holanda fugido da inquisição.

A sua famosa equação matemática E=mc2  ficou famosa. Significa que: (e) ou energia é igual a massa (M)  Velocidade da luz quadrada (c2). Temos aqui a teoria da relatividade.  Esta teoria é um triunfo do poder e da simplicidade da física fundamental. A matéria tem uma quantidade inerente de energia, a massa pode ser convertida (nas condições certas) em energia pura, e a energia pode ser usada para criar objetos maciços que não existiam anteriormente.

As suas descobertas estiveram na base da criação da energia nuclear e da bomba atómica, do Manhattan Project  liderado por Oppenheimer. Consta que Einstein sabia que os cientistas de Hitler tinham conhecimento da energia nuclear e terá incentivado o presidente de então, Franklim Roosevelt, a desenvolver um projeto que permitisse aos EUA apresentarem ao mundo a primeira bomba nuclear. Esse projecto no qual ele não terá participado, culminou com o lançamento de duas bombas nucleares no Japão, em Hiroxima e Nagasaki. Um momento bem triste para toda a humanidade.

Consta que Einstein ficou devastado com este acontecimento. Juntamente com o filósofo britânico Bertrand-Russel fez um manifesto para os perigos da energia nuclear e até ao fim dos seus dias foi um assumido pacifista.

Que terrível ter de viver o resto da vida com este peso na sua consciência.

Este acontecimento fê-lo despertar para uma maior consciência existencial. Consta que nas suas últimas palavras disse:

"Durante toda a minha vida pensei que iria desmistificar o universo. Mas aconteceu precisamente o contrário: quanto mais aprendi sobre a existência, mais o mistério se adensou."

Não admira a sua resposta...