Semeie a semente...
Ninguém inicia um processo de mudança, ou de desenvolvimento ou de transformação pessoal se não se sentir profundamente cansado e frustrado consigo mesmo e com a vida que leva e com os resultados que obtém. Richard Bandler chamou a isto de ponto BASTA. O nome diz tudo. É aquele ponto em que você está "fartinho da silva" e está finalmente preparado para enfrentar a vida, começando dentro de si mesmo e não fora. Um novo paradigma! Já que a maioria dos seres humanos vive obsecado com o que se passa fora de si. É assim que nos educam: a comparar-mo-nos, a competir, a definir metas que os outros querem para nós (mas que não nos pertecem de verdade), a correr sem parar!
É necessário uma boa dose de coragem para viajar ao interior de si mesmo. É doloroso. Eu pensava que a dor seria a de descobrir mais defeitos, falhanços e incapacidades pessoais. Naquela lógica de algo se deve de passar comigo, que estou "partida" (broken) ou que devo ter algum problema.
Afinal, a dor é a de descobrir que perdi imenso tempo a pensar assim dessa forma auto-depreciativa e reactiva... Que passei um "tempão" a sobreviver ao invés de viver, e a adiar-me uma e outra vez! E o tempo passou, os anos passaram e parece que a vida evoluiu de forma circular... E evoluiu mesmo!
O que a minha viagem de autoconhecimento e desenvolvimento pessoal me trouxe, foi algo inesperado! Foi a descoberta de que sou um ser único e especial. Que tenho talentos ilimitados! Que em mim moram sonhos e metas que eu conscientemente já nem me lembrava... Muitas abandonei no final da minha adolescência. Que posso realizar esses projectos se me colocar em ação com disciplina, foco e muita determinação. Que nunca é tarde demais. Só se eu decidir pensar que é tarde demais.
Tudo isto que eu já tinha dentro de mim, não tinha era consciência disso. A surpresa é descobrir qualidades, competências, valores e princípios.
Claro que também me confrontei com aspectos menos positivos da minha personalidade. E não tem problema! Há que ser responsável e ter a humildade de aceitar criticas construtivas relativamente a pontos que devemos melhorar. E depois trabalhar para efectivamente melhorá-los.
O aspecto que mais me emponderou, foi ter tomado a consciência de que ninguém me fez nada que eu não tivesse permitido. Isto foi mesmo mind blowing. Como assim?!!!
Tomei consciência que permiti muita coisa negativa ao dar muita importância a certos eventos ou pessoas - o exterior. Deixei que isso condicionasse o meu pensamento e a minha actuação. Permiti quando escolhi focar o que me desagradava face ao que me agradava. Também silênciei-me quando deveria ter falado, e falei quando deveria ter estado silenciada.
Há pessoas que tem experiências de vida tão piores que a minha e tiveram a capacidade de construirem uma vida para elas próprias cheias de significado - já vimos aqui a biografia de Louise Hay, por exemplo. Logo, a vida que levamos é reflexo do que escolhemos ser e não daquilo que nos acontece. Temos assim uma escolha inconsciente a fazer: vitimas ou autores da própria vida.
Todas as pessoas interessadas por esta área, quando a iniciam, pensam adquirir um conjunto de ferramentas que lhes permita mudar os outros ou mudar o mundo.
A primeira descoberta que fazem é que deverão ser o seu primeiro próprio cliente, e essas ferramentas tão boas, deverão ser usadas em primeiro lugar para a sua própria autoexploração e mudança. E depois, que o único mundo que podem verdadeiramente mudar - é o seu mundo interior! Se o conseguirem, tudo mudará!
A segunda descoberta, relaciona-se com o que falei logo no início deste texto, só é possível auxiliar quem está aberto a receber essa ajuda. Não há mudanças impostas, por muito boa intenção que tenha. Exactamente, por muita capacidade de argumentação e conhecimentos que tenha ninguém muda assim...
As pessoas mais recetivas são pessoas que estão nesse ponto BASTA e querem sair dele, mas não sabem muito bem como o fazer.
Aí, plante a semente!