13. Reflexão acerca da espiritualidade
A noção de intemporalidade....
Nós habituamo-nos a ver o tempo dividido entre passado, presente e futuro.
Mas o Verdadeiro Tempo não tem essa divisão quer na espiritualidade bem como em termos de energia, pois tudo se joga ao mesmo tempo de forma aberta e não determinista!
O passado com todas as suas mágoas e vitórias, está a ser reescrito no presente. Eu explico: ao amadurecermos, ao assumirmos a responsabilidade da nossa própria vida sem vitimização e sem culpabilização, estamos a ressignificar o que nos aconteceu através da luz do perdão, da aceitação e da consciência.
Percebemos que mesmo maus eventos, más decisões e maus relacionamentos nos trouxeram a aprendizagem que nos permite no presente tomarmos melhores decisões. Que tudo foi necessário.
Já o que nos aconteceu de positivo, ninguém pode retirar! Faz parte da nossa bagagem de recursos. Se a sua vida acabar agora o seu futuro ficará interrompido mas nada nem ninguém poderá retirar-lhe as metas e objectivos alcançados.
Atingimos um ponto de neutralidade, quando entendemos isto, que não é o mesmo que a indiferença ou apatia. A neutralidade é ativa e requer consciência e integração de sabedoria da vida - eu diria que se alcança quando fazemos as pazes com a nossa vida passada e connosco mesmos.
Estar apático, indiferente ou meio zombie, significa que ainda temos emoções por processar. Que a limpeza e a integração interior, ainda não terminou. ESTE ASPECTO É MESMO IMPORTANTE PARA A SUA EVOLUÇÃO ESPIRITUAL.
O presente é onde tudo se joga, porém ao longo de séculos fomos formatados a viver ora no passado - vitimização - ora no futuro -medo e ansiedade.
O passado já passou e apenas o pode ressignificar, o futuro está por acontecer, e é no momento presente que o começa a delinear, através do que já está a fazer ou a não fazer...
Se anda a plantar limoeiros não vai colher morangos. Por exemplo: Se não cuida da sua alimentação, a sua saúde vai ressentir-se. Se não encara a sua vida com responsabilidade, vai colher sarilhos.
Existem aspectos da nossa vida determinados superiormente pela força divina e outros que apenas dependem da nossa vontade pessoal e sobretudo das nossas escolhas individuais. Temos o livre arbítrio. Este não pode ser violado pelas forças positivas, ou seguramente que muita coisa negativa não teria ocorrido individual e colectivamente.
Não é tudo decidido superiormente. Seria muito fácil para nós se assim fosse! Seria fácil culpar Deus pelos erros e as peripécias da vida! Mas esvaziaria a nossa vida de propósito evolutivo e de maturidade.
Para tomarmos consciência temos de saber usar em equilíbrio entre o entregar, o confiar e aceitar e "o fazer a nossa parte".
O crescimento espiritual também é um processo de empoderamento. Esse empoderamento nada tem a ver com o poder que o nosso ego tanto aprecia, do tipo: sou forte e poderoso! Olha para mim!
É antes um empoderamento sereno, um mar de tranquilidade, de maturidade, de disciplina e de muita fé e esperança. É um caminho simples mas ao mesmo tempo muito difícil porque requererá uma total revisão de crenças, de hábitos... e uma grande coragem para ser você mesmo e para enfrentar a maioria que ainda dorme na inconsciência, e sobretudo, para encontrar a humildade e força para conseguir delapidar em si mesmo!
É como se tivesse de renascer para a vida, para uma nova vida!